Page 37 - Nos_os_bichos
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Os dias iam passando e os filhos de Rosinha aprendiam e cresciam muito rápido. Já acompanhavam a
mãe nas caçadas e, claro, já tinham aprendido uma grande lição: todo o cuidado é pouco, pois depressa se
pode passar de predador a presa.
Bruna Domingues
As formigas e o pássaro
Era uma vez duas grandes e poderosas colónias de formigas: a colónia Monte Amarelo e a colónia Vale
Azul. O formigueiro da colónia Monte Amarelo situava-se no extremo de uma pequena elevação de terra, e o
formigueiro da colónia Vale Azul numa planície perto de um minúsculo rio que atravessava o bosque. Desde
sempre que estas duas colónias eram muito amigas e unidas. Formigas quer da colónia Vale Azul quer da
colónia Monte Amarelo visitavam-se umas às outras e todos os dias se reuniam, para celebrarem a sua amizade
e para conviverem.
Contudo, no início de um certo verão, sucedeu algo aparentemente insignificante, mas que alterou
tudo. Uma formiga da colónia Vale Azul encostou-se a um galho que, acidentalmente, esmagou uma outra
formiga do Monte Amarelo. Apesar de não ter sido fatal, isto desencadeou uma revolta por parte da colónia
Monte Amarelo e, consequentemente, uma guerra entre ambas as colónias.
O tempo foi passando, mas a Rainha da colónia Monte Amarelo não perdoava; achava que aquele
incidente fora um insulto à sua colónia, o que reduzia a possibilidade de reconciliação.
Viviam-se tempos difíceis e, para piorar tudo, um certo dia, ocorreu um ataque no formigueiro Monte
Amarelo: um pássaro, ainda que pequeno, conseguira arrasar quase um quinto das suas provisões em apenas
um dia. A este, seguiu-se outro e mais outro ataque do pássaro, sendo que a colónia Monte Amarelo chegou a
uma situação em que não aguentaria nem mais um ataque. Precisavam de ajuda!
Foi então que a Rainha decidiu que era necessário acabar com aquela disputa e assinar um ‘tratado de
paz’ com o Vale Azul. A Rainha da colónia Vale Azul aceitou, pois, sem a troca de produtos entre colónias,
também eles haviam perdido muito. Era hora de unir forças e esforços! Passaram-se quatro dias, e as duas
colónias estavam finalmente mais unidas do que nunca. As formigas de ambas as colónias trabalhavam bem,
mas melhor ainda quando o faziam em conjunto. Decidiram, assim, armadilhar tão bem o espaço, que o pássaro
nunca mais lá voltaria a pôr as garras. E assim foi! Adeus, maldito predador, vai
roubar mantimentos para outros lugares.
Nessa mesma noite, para celebrar a vitória e o recomeço da amizade, as
formigas organizaram uma grande festa e prometeram que seriam eternas aliadas.
MORAL: A união faz a força.
Carolina Simões
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