Page 39 - Nos_os_bichos
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Até que a morte os separe



                          Num dia quente de primavera, um casal pombos, uma fêmea chamada Rosa e um macho, o Cravo,
                  encontraram-se por força do destino, como todos os casais. Conheceram-se, ficaram a saber mais um sobre o
                  outro, passaram serões a falar... Foi amor à primeira vista!

                          Eles eram um casal apaixonado, completavam-se um ao outro, via-se que o destino deles era estarem
                  juntos para o resto das suas vidas.
                          Passados alguns meses, Rosa teve três filhos. Eles eram uma família feliz, passeavam nos parques

                  perto do seu ninho, faziam caminhadas junto ao rio da aldeia, tinham tudo o que queriam, porém essa felicidade
                  não durou tanto tempo como planeado…
                        Infelizmente, pouco tempo depois dos três pombinhos aprenderem a voar, aconteceu uma desgraça: o
                  Cravo morreu. A sua morte decorreu da tentativa do pai proteger um dos seus filhos contra um caçador. Esse
                  caçador era rude e egoísta, ele nem estava bem com a própria vida, pois, apenas por ver a felicidade de uma

                  família e de ele ver que existia amor entre eles, decidiu simplesmente matá-los por inveja.
                         No entanto, a tentativa de salvar a vida ao filho custou a vida do próprio Cravo, deixando assim a sua
                  mulher e três filhos órfãos de pai, pequenos e indefesos. Quando ele foi baleado pelo caçador e estava lá deitado

                  no chão todo ensanguentado, ainda suspirou as últimas palavras:
                        - Rosa, eu amo-te e sei que tu vais conseguir cuidar deles da mesma maneira que nós cuidámos e com
                  o mesmo carinho - dizia ele, coitado, chorando.
                        - Cravo, não! Tu és forte, por favor, fica! – gritava Rosa, desesperada.
                        - Pai, pai, eu preciso de ti, por favor não vá! – choravam os filhos.

                        - Adeus, meninos... Adeus, Rosa, eu amo-vos, não se esqueçam disso. –
                  exclamou ele.
                        Estas foram as suas últimas palavras antes de fechar os olhos.

                        Foi assim que Rosa, forte e corajosa, criou, amou, protegeu e alimentou os
                  seus  filhos  sozinha,  ultrapassando  todas  as  adversidades  que  a  vida  lhe  foi
                  apresentando, protegendo os que mais amava até que a morte os separasse, como
                  acontecera com Cravo.
                                                                                              Diana Gaspar


                        O elefante futebolista



                        O pequeno elefante Lucas gostava muito de jogar futebol, por isso os seus pais decidiram inscrevê-lo no
                  clube desportivo da terra.

                        Quando chegou o dia do primeiro treino, este estava muito entusiasmado, pois ia começar finalmente a
                  jogar numa equipa a sério!
                        Já no balneário, enquanto se equipavam, Lucas reparou que estavam todos a rir-se, mas não percebia
                  o motivo. Vendo o seu ar espantado, um companheiro sentou-se ao pé dele e disse-lhe que se estavam a rir
                  dele, porque o achavam gordo. Ficou triste, mas foi treinar na mesma.

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