Page 49 - A CAPITAL FEDERAL
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- Cena VII –
Lourenço – Às ordens de Vossa Excelência. (Só.) – A Lola saiu-me uma artista de
primeiríssima ordem! – Bem! Vou caracterizar-me de credor, que o fazendeiro não
tarda por aí. Quatrocentos mil-réis cá para o degas! Que bom! Hão de grelar esta noite no
Belódromo, onde conto organizar uma mala onça! (Sai cantarolando o tango. Mutação.)
Quadro IX
No Belódromo Nacional
- Cena I –
Lemos, Guedes, um Freqüentador do Belódromo, pessoas do povo,
depois amadores, depois S’il vous-plaît, depois Lourenço
(Durante todo este ato, ouve-se a intervalos o som de uma sineta que chama os compradores à casa das
pules, à esquerda, e uma voz que grita: “Vai fechar!”)
Coro
Não há nada como
Vir ao Belódromo!
São estas corridas
Muito divertidas!
Desgraçadamente
Muito raramente
O povo, coitado!
Não é cá roubado!
Mas o cabeçudo,
Apesar de tudo,
Pules vai comprando,
Sempre protestando!
Tipos aqui pisam,
Mestres em cabalas,
E elas organizam
As famosas malas!
E com artimanha
(Manha mais do que arte)
Quase sempre ganha
Pífio bacamarte! (Entrada dos amadores.)
Coro de Amadores
Aqui estamos os melhores
Amadores
Da elegante bicicleta!
Nós corremos, prazenteiros,
Mais ligeiros,
Mais velozes que uma seta!
A todo o público
Dos belódromos
Muito simpáticos
Se diz que somos
O povo aplaude-nos
Quando vencemos,
Mas também vaia-nos
Quando perdemos!