Page 5 - Apresentação do PowerPoint
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ENTARDECER



                              Venho de véus verdejantes,                                    Entardeceu por aqui,

                              Pendentes de ternura ainda                                    Na vida,

                              Entre todos os penhascos                                      Meu amor,
                              Buscando abrigo                                               Meu amigo!

                              Em qualquer abraço.                                           Esta criança triste que jamais cresce,

                              Trago na fronte a liberdade prometida                         Vai padecendo só pela estrada.

                              dos caminhos torpes                                           Nem tu, nem eu conseguimos arrancar os
                              De todos os homens bons                                       cardos

                              Dos quais me falaste entre cerveja,                           Da sua Dor…

                              poesia e cigarros.                                            Somos ruína de vontades somente, somos

                                                                                            dormência
                              Venho das quimeras que a Lei me                               Castigo de impotência!

                              permite!
                                                                                            Mas eu ainda assim,…
                              Sou a reivindicativa de mim mesma,

                              Entre o odor dos cravos,                                      …Venho pendente em brincos de cereja nas

                              Meu amor de puro cetim.                                       orelhas,
                                                                                            E no silêncio do peito, inauguro metamorfoses
                              Trago uma criança triste pela mão.                            longínquas.

                              Chama-se Humanidade.
                                                                                            Embriago-me na paixão das palavras que nunca
                              Não, meu amor, ela não deseja que eu
                                                                                            te disse
                              fale dela…tem tantos a fazê-lo!                               Sorridente,

                              Olha-me simplesmente, sussurra-me
                                                                                            Para saborear devagar o Outono das primeiras
                              palavras de vento e de luz                                    castanhas,
                              Entre os cardos do martírio.
                                                                                            Entre o incenso e o abandono de nós.
                              Questiona-me sim,

                              Até quando?
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