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ENTARDECER
Venho de véus verdejantes, Entardeceu por aqui,
Pendentes de ternura ainda Na vida,
Entre todos os penhascos Meu amor,
Buscando abrigo Meu amigo!
Em qualquer abraço. Esta criança triste que jamais cresce,
Trago na fronte a liberdade prometida Vai padecendo só pela estrada.
dos caminhos torpes Nem tu, nem eu conseguimos arrancar os
De todos os homens bons cardos
Dos quais me falaste entre cerveja, Da sua Dor…
poesia e cigarros. Somos ruína de vontades somente, somos
dormência
Venho das quimeras que a Lei me Castigo de impotência!
permite!
Mas eu ainda assim,…
Sou a reivindicativa de mim mesma,
Entre o odor dos cravos, …Venho pendente em brincos de cereja nas
Meu amor de puro cetim. orelhas,
E no silêncio do peito, inauguro metamorfoses
Trago uma criança triste pela mão. longínquas.
Chama-se Humanidade.
Embriago-me na paixão das palavras que nunca
Não, meu amor, ela não deseja que eu
te disse
fale dela…tem tantos a fazê-lo! Sorridente,
Olha-me simplesmente, sussurra-me
Para saborear devagar o Outono das primeiras
palavras de vento e de luz castanhas,
Entre os cardos do martírio.
Entre o incenso e o abandono de nós.
Questiona-me sim,
Até quando?