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DESTINO




                              Minhas mãos                                                    Tal como o lavrador lançando o arado à terra,

                              Que jamais tocaram teu corpo, mulher,                          Só para ser tua eira, teu caminho, tua vereda,

                              Saboreiam teu andar de cigana,                                 O próprio pó que acaricia teus pés,
                              Descalço,                                                      E poder contemplar-te para sempre

                              Sobre o trigo.                                                 Na gestação de um hino,

                              Esse trigo já maduro, já rebelde do                            Ou num grito,

                              perder da infância…                                            Que minhas mãos erguem à ventania num
                              Meu amor de abandono e de segredo,                             compasso

                              Qual absinto.                                                  De sinfonia,

                              Rosa vermelha entre os seios…ombros                            Este pão, este caminho parido como um filho,
                              largos de Abril.                                               Este diálogo entre o silêncio e a coragem,

                              Meu destino.                                                   Entre o sangue e a seiva de um povo num agitar

                                                                                             de bandeira,
                              Guardo teu riso de euforia a despertar                         No teu ventre de Mulher.

                              todas as alvoradas

                              Minha amante, meu suplício…


                              Guardo tuas lágrimas de menina como

                              uma promessa
                              Nenúfar de luar.

                              …E no teu ventre por mim incendiado

                              de ternura,
                              Mulher,

                              Resplandecerá Semente
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