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MARIPOSAS LOUCAS




                              Não quero mais mariposas                                        Nada me demove,
                              Em meu redor!                                                   Pouco me convence!



                              Trazem a falsidade do belo alvorecer.                           Dantes, era linda açucena entre cardos.
                                                                                              Hoje sou cardo, e não permito açucenas!
                              São da noite!

                              Sou da noite!                                                   Não as reconheço mais!
                                                                                              Não as sinto, em meu corpo nu!
                              Sim,
                              Sou, sem vergonha alguma!                                       Nada quero, e tudo ambicionei!

                                                                                              Tudo me pertenceu, e nada tive!
                              Não desejo mais palavras de alguém!
                                                                                              Não me entendeis, pois não!?
                              São ocas…

                              … E alguém não existe!                                          Charmar-me-eis de louca?


                              Somente a Dor e esta minha alma                                 Talvez tenhais razão!
                              sempre a cantar                                                 Tende somente a dignidade de brandar, ou de

                              A solidão em tom maior ou em tom                                cuspir,

                              menor!                                                          No meu rosto de criança ainda,
                                                                                              Que pertenço decerto à Sra. D. Loucura,
                              Que me importa isso, dos tons!
                                                                                              Que por ela vivo,

                              Que se lixem os senhores dos tons!                              Que por ela sangro!


                              Eu sou eu, tal como sou!

                              E sou absolutamente feliz, quanto louca!
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