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NO CAIS
Quando enfim eu morrer
Minha irmã Quando eu morrer, minha irmã,
Entre os risos e as ilusões da infância, Só anseio pelas palavras, as mais belas
palavras dos poetas
Porém já finda entre todas as orquídeas
brancas, Sobre minhas mãos,
Um pássaro azul sobre meus seios
E lilases, e rubras rosas frescas de
amantes, E teu hálito de silêncio…
Não me chores ainda, e sei que sempre será cedo.
É cedo. Quando finalmente eu morrer minha irmã,
Não me aguardes mais junto ao Cais do
Quando finalmente eu partir
Infortúnio.
Entre o riacho das flores, todas as
Foi madrugada, eu sei, foi demasiado cedo,
minhas flores de utopia,
Não me aguardes junto ao Cais do meu Mas todas as gaivotas me aguardavam na
praia do meu Segredo.
degredo!
Foi segredo!
Foi madrugada, foi demasiado cedo.
Quando eu morrer,
Minha irmã,
Entre a cumplicidade de um poema e
uma sinfonia,
Concede-me somente tuas mãos de
ternura
Sobre os meus olhos já frios.