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A TUA DOR, IRMÃO
Doem-me todas as palavras
Dói-me este sangue de traição,
No teu corpo de solidão
Enquanto a madressilva me sorri. Esta ânsia de jasmim,
Este beiral de pardais,
A Liberdade de um grito Pedaço de ti.
Cravado em mim
Que desconheço. Dói-me a luz da cidade desperta.
Mata-me o desassossego do fado
Doem-me inclusive as sílabas Que me liberta e santifica
Dos teus lábios de silêncio Num altar de cravos e madrugada…
Em redor da enseada.
… e finalmente já exausta de mais um hino à
Doem-me castiçais de prata tua, nossa Dor
Transbordando corvos feridos, Meu irmão,
E sementes que jamais germinarão. Todas as palavras me doem,
Seja qual for o Caminho!
Dói-me este pão de cada dia
Irmão,
A tua fome que encerro em mim,
O teu frio que me rasga por inteira.