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CRIANÇA DE NINGUÉM
Vós, que sempre me sorris, Aprendeu a linguagem do firmamento,
Dizei-me, vos rogo Saboreou todas as alvoradas,
Por onde vagueia hoje aquela pobre E com seus pezinhos nus, ainda feridos como
menina que sozinha um castigo
Chorava pela estrada? Fez a Divinal entrega à genial cor da serra, das
flores silvestres,
Ela tinha mãe! E da passarada em seu redor.
Ela tinha pai!
Somente hoje alguém a deseja.
Mas, ela não pertencia a ninguém.
Eu a reclamo,
Perdida ficou pela estrada do Destino,
Sim eu, com todo o fervor!
Era carga a mais,
E, vos grito, até não me suportares,
E a jornada longa, árdua. Se alguém a viu,
A menina descalça caminhava e Trazei-a a mim,
sangrava.
É minha irmã de alma,
Era mais uma criança escrava, porém Meu coração trago arrastado,
livre
Rasgado pelo chão,
Como um pintassilgo, E assim não poderei amar,
E prostrada adormeceu com o anoitecer Sem a sua essência sagrada,
mais belo,
Como poderei voltar a amar!
Entre os bravios pinheirais.
Trazei-me, vos suplico e vos ordeno,
Agora, já não tinha mãe,
A criança que desprezada ficou algures pela
Já não tinha pais! estrada!
Mas, esta criança não pertencia a
ninguém!