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COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Atribuir um conceito de verdade aos fatos é uma questão de coerência, porém, é imprescindível
considerar que a verdade só pode ser avaliada no discurso. Por exemplo, o que garantirá o sucesso
da arguição de um advogado, ao apresentar a defesa para o delito de um suposto cliente, é a relação
de compatibilidade e não contradição dos argumentos; os recursos retóricos garantem uma “verdade”
no contexto desse discurso: o cliente pode ter cometido o delito, mas será absolvido pelo poder de
persuasão de seu advogado. A coerência que se estabelece pela compatibilidade, adequação e não
contradição é intratextual.
Há também situações em que o estabelecimento de uma “verdade” implica adequação do texto
com fatos exteriores a ele: dados retirados da cultura de uma sociedade, informações científicas etc. O
processo é de coerência extratextual.
A organização e inter-relação de ideias envolvem também aspectos externos ao texto. Tais aspectos
afetam a produção e a recepção de textos e são eles:
Intencionalidade: concerne ao empenho do produtor em construir um texto coerente, coeso e
capaz de satisfazer os objetivos que tem em mente numa determinada situação comunicativa. A meta
pode ser informar, impressionar, alarmar, convencer, persuadir, ou defender etc., e é ela que vai orientar
a confecção do texto.
Aceitabilidade: o outro lado da moeda da intencionalidade (que envolve o produtor) é a
aceitabilidade, que diz respeito à expectativa do recebedor do texto. O leitor espera que o conjunto
de ocorrências com que se defronta seja um texto coerente, coeso, útil e relevante, capaz de levá-lo a
adquirir conhecimentos ou a cooperar com objetivos do produtor.
Situacionalidade: refere-se ao lugar e ao momento da comunicação. Todos os dados situacionais
interferem na produção e recepção do texto; diz respeito aos elementos responsáveis pela pertinência
e relevância do texto quanto ao contexto em que ocorre. É a adequação do texto à situação
sociocomunicativa.
Intertextualidade: é o diálogo entre textos para aumentar o poder de argumentação. Inúmeros textos
só fazem sentido quando entendidos em relação a outros textos, que funcionam como contexto.
Informatividade: refere-se ao grau de previsibilidade (expectativa) da informação presente no
texto. É importante para o produtor saber com que conhecimentos do recebedor ele pode contar e
que, portanto, não precisa explicitar no seu texto. Esses conhecimentos podem advir do contexto
imediato ou podem preexistir ao ato comunicativo. O interesse do leitor/ouvinte pelo texto vai
depender do grau de informatividade de que é portador. Esse fator de textualidade trata da medida
na qual as ocorrências de um texto são esperadas ou não, conhecidas ou não, no plano conceitual Revisão: Leandro - Diagramação: Léo - 14/07/2011
e no formal.
Como a textualidade forma o texto seguinte, ou seja, como os fatores de textualidade fazem do
texto um texto? A proposta de análise é de Antunes (2010).
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