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Vidas de Rio e de Mar: Pesca, Desenvolvimentismo e Ambientalização

               Brasil e um dos maiores derramamentos em volume de rejeitos no mundo.
               Para se ter uma ideia, o vazamento de 2014, na barragem de Mount Polley,
               na Columbia Britânica, abarcou 15 milhões de metros cúbicos (SANTOS
               & MILANEZ, 2016). A contaminação teve um começo repentino, mas tor-
               nou-se uma calamidade em andamento e uma calamidade que se agrava,
               envenenando a vida do rio, interrompendo modos de vida, interferindo na
               infraestrutura de hidroelétricas e poluindo as águas do Atlântico.

               Logo que ocorreu o rompimento, a cobertura jornalística divulgou que os
               moradores das proximidades do rio estavam confrontando e vivendo com
               uma onda de lama (EQUIPEONB, 2015). Foi possível, também, ler sobre
               “um tsunami de 62 milhões de metros cúbicos de lama” e que o estouro
               da barragem adveio em momento em que a mineradora Samarco estava
               sendo celebrada por sua lucratividade — um fato não esquecido por um
               comentador que registrou que “a onda de boas notícias” sobre a perfor-
               mance da companhia dera lugar a um “mar de lama” (GONçALVES &
               FUSCO, 2015, s.p.).



























               Figura 1: Mapa da onda de lama.
               Fonte: Reproduzido a partir de EQUIPEONB, 2015.


               Neste artigo, nós analisamos a figura da onda de lama. Atentamos para as re-





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