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Capítulo 3

                           cênica,  possibilitando  a  realização  de  pesquisas  científicas  e  o
                           desenvolvimento de atividades de educação e interpretação am-
                           biental, de recreação em contato com a natureza e de turismo
                           ecológico (SNUC, 2000, p. 22-23).
                    Segundo consta no relatório, o parecer contrário ao parque obtido
                    pela  consulta  pública  resultou  numa  reunião  entre  a  coordenação  da
                    Diretoria de Ecossistemas do IBAMA/ES, representantes das instituições
                    proponentes, das indústrias, da Prefeitura de Aracruz e da Colônia de
                    Pescadores de Barra do Riacho – Z7. A reunião determinou a realização
                    de novos estudos e avaliações para a proposta de criação da UC no lugar
                    de um PARNA, ou seja, outra categoria de UC, e também formou uma
                    comissão de acompanhamento composta por representantes dos órgãos
                    públicos, do setor produtivo e da sociedade civil (IBAMA, 2006).
                    Ainda em relação a manifestações contrárias à criação do parque, em 21
                    de novembro de 2003, a ONG empresarial Movimento Espírito Santo em
                    Ação (MESAção) entregou ao gerente executivo do IBAMA/ES uma cor-
                    respondência manifestando a preocupação do setor empresarial do esta-
                    do em relação à criação do PARNA Marinho de Santa Cruz.

                    Segundo a declaração do MESAção, a criação de UC’s é um mecanismo
                    que só se justifica quando há risco de degradação ambiental, o que não
                    seria o caso da região e que, sem trazer ganhos ambientais, a criação do
                    Parque de Santa Cruz traria restrições ao uso econômico da região do en-
                    torno e prejuízos para a sociedade (IBAMA, 2006).

                    O MESAção ainda alegou que dados técnicos demonstraram que não há
                    nenhuma área degradada na região em que o parque pretendia se insta-
                    lar; no entanto, esses dados nunca foram apresentados pela ONG (IBA-
                    MA, 2006).
                    Considerando os pareceres contrários, tanto do setor empresarial quanto
                    do setor pesqueiro, os estudos e as avaliações da área para criação da UC
                    incluíram um levantamento sobre os impactos da ação antrópica na região,
                    como, por exemplo, o tráfego naval sobre a área proposta e um diagnóstico
                    da atividade pesqueira nas comunidades locais. Analisando os estudos,
                    percebe-se que três fatores ganharam relevo: primeiro, a área realmente
                    possui importantes características dignas de preservação; segundo, dentro





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