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Vidas de Rio e de Mar: Pesca, Desenvolvimentismo e Ambientalização
rodeiam a costa dos municípios de Aracruz, Fundão e Serra. O objetivo
era acabar com o conflito que as comunidades pesqueiras locais tinham,
e ainda têm, com grandes barcos de pesca mecanizados e de larga escala,
provenientes de outras regiões do Espírito Santo e de outros estados.
Figura 2: Área da proposta do PARNA de Santa Cruz.
Fonte: IBAMA, 2006.
No dia 4 de janeiro de 2003, a proposta para criação do PARNA foi coloca-
da em consulta pública no site do IBAMA, o que gerou uma manifestação
contrária a ela por parte dos setores empresarial e pesqueiro da região. A
Federação das Indústrias do Espírito Santo (FINDES) solicitou ao IBA-
MA, ao MMA e ao Governo do Estado que a proposta fosse reavaliada,
visto que poderia prejudicar as atividades industriais da região de Barra
do Riacho, principalmente as atividades portuárias, petrolíferas marinhas
e da Aracruz Celulose S.A., atual Fibria. Além da FINDES, outra reação
contrária veio da Colônia de Pescadores de Barra do Riacho – Z7, embora
ela, no começo, fosse também proponente da criação do parque (IBAMA,
2006). O motivo pelo qual, em um segundo momento, os pescadores da
região não foram favoráveis à proposta é que a área do PARNA estaria
fechada não só para barcos grandes de fora como também para os barcos
artesanais locais, uma vez que, segundo o Sistema Nacional de Unidades
de Conservação (SNUC), um Parque Nacional faz parte da categoria de
proteção integral e, portanto, é permitido apenas o uso indireto dos recur-
sos naturais (SANTOS, 2007). De acordo com o Artigo 11 do SNUC,
O Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de
ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza
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