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Capítulo 3
costeiras da região, no entorno da Unidade de Conservação (IBA-
MA, 2006, s.p.).
E os objetivos da criação da Área de Proteção Ambiental Costa das Algas
eram:
I - proteger a diversidade biológica e os ambientes naturais, prin-
cipalmente osfundos colonizados por algas e fauna associada, as
espécies residentes e migratórias que utilizam a área para alimen-
tação, reprodução e abrigo, os manguezais e vegetação costeira e
as formações sedimentares bioclásticas e litoclásticas;
II – efetuar a gestão do uso dos recursos pesqueiros e organismos
marinhos, buscando garantir a conservação da biodiversidade, o
uso sustentável dos recursos naturais e a valorização das ativida-
des pesqueiras e extrativistas de subsistência e de pequena escala
praticadas pelas comunidades da região;
III - orientar o uso e a ocupação da orla marítima visando à prote-
ção e recuperação das formações vegetacionais da faixa costeira e
a proteção e valorização das paisagens naturais e belezas cênicas
(IBAMA, 2006, s.p.).
Portanto, a criação das unidades de conservação não só ajudaria no empe-
nho de ambientalistas em proteger a área da exploração do setor empre-
sarial como também contribuiria para a causa dos pescadores artesanais
em restringir a área de pesca apenas para as modalidades tradicionais,
impedindo a pesca de grande escala e mecanizada por parte de grandes
embarcações provenientes do sul e norte do Espírito Santo, e também de
outros estados. No entanto, mesmo depois do entendimento de ambos
os lados, pescadores e órgãos ambientais, o processo só foi apoiado e via-
bilizado pelo governo estadual após mudanças feitas para que ele ficas-
se compatível com a intenção do empreendimento do Estaleiro Jurong
Aracruz (EJA), que previa a construção de plataformas para exploração
de petróleo e gás, entre Barra do Riacho e Barra do Sahy, tal como abor-
daremos adiante.
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