Page 92 - A Magia da Excelencia - Rodrigo Maruxo
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- Finalmente esse rapaz arrumou uma namorada, hein!?
Todos riram na sala. Me senti humilhado e tive o ímpeto de voltar
pra tirar satisfação com ela. Mas parei. Respirei fundo. Eu não tinha
esse direito: tratei a todos com tanto descaso por meses, com uma
atitude petulante e “desumilde”, que eu tinha agora total
responsabilidade sobre o quadro que se desenhava à minha frente.
Eu começava a compreender que as pessoas teriam dificuldade em
perceber que eu estava realmente mudado e era preciso paciência.
Cabia a mim, agora, suportar e superar este processo de
desconfiança das pessoas até que entendessem que a minha
mudança era pra valer. Estava começando a amadurecer,
aprendendo a assumir a responsabilidade pela consequência dos
meus atos sobre as pessoas.
Passei a pensar e agir como um trabalhador voluntário dentro do
meu trabalho remunerado. Não focava mais apenas na “doença” de
cada chamado, mas no “doente”. Comecei a me interessar por toda
pessoa que eu atendia. Quem era, o que gostava, o que fazia ali na
empresa. Pratiquei o princípio básico de um bom atendimento:
conhecer bem o seu cliente e construir pontes emocionais através
de um relacionamento saudável. Assim como ocorrido com a minha
equipe, muitos usuários rotineiros se assustaram com minha
mudança de comportamento e demoraram a me dar alguma
confiança.
Foram necessários mais ou menos dois meses até que minha
equipe me convidasse para almoçar com eles. Fiquei muito feliz e
honrado neste dia, pois eles acabavam de me dizer, sem palavras,
que agora acreditavam na minha mudança e tinham superado o que
fui e como as tratei até então, me considerando finalmente como um
deles. E algo havia mudado profundamente em mim também, pois o
que antes seria motivo de vergonha, ser considerado como um
deles agora era pra mim um enorme motivo de orgulho!
As coisas não pararam de melhorar: voltei a ser o cara divertido
e feliz que sempre fui em todas as áreas da minha vida. Sete dias
por semana. Começaram a aparecer usuários/pacientes pedindo pro
pessoal do fone que eu fosse enviado para atendê-los pois se
divertiam com minha presença! Meu coordenador começou a
receber elogios sobre meu trabalho. Por causa dos elogios e da