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— Você sabia que o cume estava comigo? — perguntou Langdon.
                 — Não. E, se Peter contou a alguém, só pode ter sido a um homem. — Bellamy sacou o celular
          e apertou a tecla de rediscagem. — E eu até agora não consegui falar com ele. — A ligação caiu em
          uma caixa postal e ele desligou. — Bem, Robert, parece que você e eu estamos sozinhos por enquanto.
          E temos uma decisão a tomar.
                 Langdon olhou para seu relógio do Mickey Mouse: 21h42.
                 — Você entende que o sequestrador de Peter espera que eu decifre esta pirâmide ainda hoje e
          lhe diga o que está inscrito nela?
                 Bellamy ficou sério.
                 — Ao longo da história, grandes homens já fizeram enormes sacrifícios pessoais para proteger
          os Antigos Mistérios. Você e eu devemos fazer o mesmo. — Ele então se levantou. — Temos que ir
          andando. Mais cedo ou mais tarde, Sato vai descobrir onde estamos.
                 — E Katherine? — perguntou Langdon, sem querer sair dali. — Não estou conseguindo falar
          com ela, e ela não ligou de volta.
                 — É óbvio que alguma coisa aconteceu.
                 — Mas não podemos simplesmente abandoná-la!
                 — Esqueça Katherine! — disse Bellamy, sua voz assumindo um tom de comando. — Esqueça
          Peter! Esqueça todo mundo! Você não entende, Robert, que a tarefa que lhe foi confiada é maior do
          que nós todos... você, Peter, Katherine, eu mesmo? — Ele encarou Langdon. — Nós temos que achar
          um lugar seguro para esconder esta pirâmide e este cume longe de...
                 Um forte estrondo metálico ecoou do grande saguão.
                 Bellamy girou o corpo, seus olhos se enchendo de medo.
                 — Foi bem rápido.
                 Langdon  se  virou  na  direção  da  porta.  O  barulho  parecia  ter  vindo  do  balde  de  metal  que
          Bellamy posicionara sobre a escada que bloqueava as portas do túnel. Eles estão vindo atrás da gente.
                 Então, para surpresa geral, o mesmo barulho se repetiu.
                 Outra vez.
                 E mais outra.
                 O morador de rua sentado no banco em frente à Biblioteca do Congresso esfregou os olhos e
          ficou olhando a estranha cena que se desenrolava à sua frente.
                 Um Volvo branco havia acabado de subir o meio-fio, avançar pela calçada deserta e parar com
          os  pneus  cantando  em  frente  à  entrada  principal  da  biblioteca.  Então,  uma  bela  mulher  de  cabelos
          escuros saltou do carro, olhou ansiosamente em volta e, ao vê-lo, gritou:
                 — O senhor tem um telefone?
                 Dona, eu não tenho nem um sapato furado.
                 Aparentemente se dando conta disso, a mulher subiu correndo a escada em direção às portas
          de entrada da biblioteca. Ao chegar lá em cima, agarrou a maçaneta e tentou abrir desesperada cada
          uma das três portas gigantescas.
                 A biblioteca está fechada dona.
                 Mas  a  mulher  não  pareceu  ligar.  Agarrou  uma  das  pesadas  maçanetas  em  forma  de  anel,
          puxou-a para trás e a deixou cair com um forte estrondo contra a porta. Depois fez isso de novo. E outra
          vez. E mais outra.
                 Nossa, pensou o homem, ela deve estar mesmo louca por um livro.




          CAPÍTULO 56

                 Quando Katherine Solomon finalmente viu as imensas portas de bronze da biblioteca se abrirem
          diante  dela,  foi  como  se  uma  represa  de  sentimentos  houvesse  estourado.  Todo  o  medo  e  toda  a
          perplexidade que ela havia contido naquela noite romperam as comportas.
                 A figura que apareceu na soleira da porta era Warren Bellamy, amigo e confidente de seu irmão.
          Mas foi o homem atrás dele, nas sombras, que Katherine ficou mais feliz em ver. O sentimento pareceu
          mútuo. Os olhos de Robert Langdon se encheram de alívio quando ela atravessou correndo o limiar...
          direto para seus braços.
                 Enquanto Katherine se entregava ao abraço reconfortante de um velho amigo, Bellamy fechou a
          porta da frente. Ela ouviu o trinco pesado se encaixar com um dique e finalmente se sentiu segura. As
          lágrimas vieram sem avisar, mas ela conseguiu reprimi-las.
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