Page 118 - dan brown - o símbolo perdido_revisado_
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Langdon continuou a abraçá-la.
— Está tudo bem — sussurrou ele. — Você está bem.
Porque você me salvou, Katherine quis lhe dizer. Ele destruiu meu laboratório, todo o meu
trabalho. Anos de pesquisa... tudo virou fumaça. Ela queria lhe contar tudo, mas mal conseguia respirar.
— Nós vamos encontrar Peter. — A voz grave de Langdon ressoou contra o peito dela,
trazendo-lhe um pouco de Consolo. — Eu juro.
Eu sei quem fez isso!, queria gritar Katherine. Foi o mesmo homem que matou minha mãe e
meu sobrinho! Antes de ela conseguir se explicar, porém, um som inesperado rompeu o silêncio da
biblioteca.
O forte estrondo ecoou de algum lugar abaixo deles, na escadaria de um saguão — como se um
grande objeto metálico houvesse acabado de cair sobre um piso de ladrilhos. Katherine sentiu os
músculos de Langdon se contraírem na mesma hora.
Bellamy deu um passo à frente, com uma expressão de desespero no rosto.
— Temos que ir embora. Agora.
Atarantada, Katherine seguiu o Arquiteto e Langdon enquanto eles cruzavam o grande saguão
às pressas, em direção à célebre sala de leitura da biblioteca, que estava toda iluminada. Bellamy
trancou rapidamente os dois conjuntos de portas atrás deles, primeiro as externas, depois as internas.
Katherine continuou a acompanhá-los atordoada, enquanto Bellamy os conduzia rumo ao centro
da sala. Os três chegaram a uma mesa de leitura na qual havia uma bolsa de couro sob uma luminária.
Ao lado da bolsa estava um pequeno embrulho em forma de cubo que Bellamy recolheu e guardou
junto com...
Katherine estacou. Uma pirâmide?
Embora nunca tivesse visto aquela pirâmide de pedra gravada, a compreensão do que aquilo
significava fez seu corpo inteiro se enrijecer. De alguma forma, suas entranhas conheciam a verdade.
Katherine Solomon acabara de se deparar com o objeto que tanto prejudicara sua vida. A pirâmide.
Bellamy fechou o zíper da bolsa e entregou-a para Langdon.
— Não perca isso de vista.
Uma explosão repentina sacudiu as portas externas da sala. O tilintar de vidro estilhaçado veio
em seguida.
— Por aqui! — Bellamy deu um giro, parecendo assustado enquanto os fazia correr até o balcão
central de empréstimo: oito bancadas em volta de um imenso armário octogonal. Ele os conduziu para
trás das bancadas, apontando em seguida para uma abertura no armário. — Entrem aí dentro!
— Aí dentro? — indagou Langdon. — Eles vão nos encontrar com certeza!
— Confiem em mim — disse Bellamy. — Não é o que estão pensando.
CAPÍTULO 57
Mal’akh acelerava sua limusine na direção norte, rumo a Kalorama Heights. A explosão no
laboratório de Katherine fora bem maior do que ele esperava, e Mal’akh tivera sorte de escapar ileso.
Mas o caos resultante viera a calhar, permitindo que ele deixasse o complexo sem ser interceptado pelo
vigia distraído, que estava ocupado em gritar ao telefone.
Preciso sair da estrada, pensou. Se Katherine ainda não tivesse ligado para a emergência, a
explosão com certeza chamaria a atenção da polícia.
E seria difícil não repararem um homem sem camisa dirigindo uma limusine.
Após anos de preparação, Mal’akh mal podia acreditar que aquela noite havia chegado. A
jornada até ali tinha sido longa, difícil. O que começou anos atrás na tristeza... terminará hoje à noite em
glória.
Na noite em que tudo começou, ele não se chamava Mal’akh. Na verdade, na noite em que tudo
começou, ele não tinha nome nenhum. Detento 37. Como a maioria dos prisioneiros de Soganlik, nos
arredores de Istambul, o Detento 37 fora parar ali por causa das drogas.
Estava deitado em seu catre dentro da cela de cimento, no escuro, faminto e com sede,
perguntando-se quanto tempo ficaria preso. Seu novo companheiro de cela, que ele conhecera apenas
24 horas antes, dormia no catre logo acima. O diretor da prisão, um alcoólatra obeso que detestava o
emprego e descontava nos detentos, havia acabado de apagar as luzes.
Eram quase 10 da noite quando o Detento 37 escutou uma conversa ecoando do duto de
ventilação. A primeira voz era inconfundivelmente nítida — o sotaque penetrante e hostil do diretor da
prisão, que obviamente não gostava de ser acordado por um visitante tardio.