Page 113 - dan brown - o símbolo perdido_revisado_
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Mas Mal’akh tinha um problema. Não peguei a senha de Katherine. Ele tentou a de Trish, mas
não funcionou. Esfregando o queixo, deu um passo para trás e examinou a porta de plexiglas de quase
oito centímetros de espessura. Mesmo com um machado, sabia que não conseguiria arrombá-la para
chegar aos drives que precisava destruir.
Mal’akh, no entanto, havia pensado nessa eventualidade.
Na sala de máquinas, exatamente como Peter tinha descrito, ele localizou o suporte que
continha vários cilindros de metal parecidos com grandes tanques de mergulho. Os cilindros ostentavam
as letras LH, o número 2 e o símbolo universal de material inflamável. Um deles estava conectado ao
gerador de hidrogênio do laboratório.
Mal’akh deixou no lugar o cilindro que estava conectado e ergueu cuidadosamente um dos que
serviam de reserva, baixando-o até um carrinho ao lado do suporte. Então o empurrou para fora da sala
de máquinas e atravessou o laboratório, levando-o até a porta de plexiglas da sala de armazenamento
de dados. Embora ali com certeza já fosse perto o suficiente para o que estava planejando, ele havia
notado um ponto fraco na pesada porta de segurança — o pequeno espaço entre a borda inferior e o
batente.
Com todo o cuidado, deitou o cilindro de lado na soleira, inserindo o tubo flexível de borracha por
debaixo da porta. Levou alguns instantes para remover os lacres de proteção e chegar à válvula do
tanque, destravando-a com muita delicadeza. Através do plexiglas, pôde ver o líquido cristalino e
borbulhante começar a vazar pelo tubo para o chão da sala. Mal’akh ficou olhando a poça aumentar,
escorrendo pelo piso, fumegando e borbulhando enquanto crescia.
O hidrogênio só permanecia em estado líquido a baixas temperaturas. Por isso, à medida que se
aquecesse, ele começaria a evaporar. Por sorte, o gás resultante era ainda mais inflamável do que o
líquido.
Basta lembrar a explosão do Hindenburg.
Mal’akh voltou depressa para o laboratório e pegou uma lata contendo óleo para o bico de
Bunsen — uma substância viscosa e altamente inflamável. Levou-a até a porta de plexiglas, satisfeito
ao ver que o cilindro de hidrogênio líquido continuava a vazar e que a poça de líquido fumegante dentro
da sala de armazenamento já cobria o piso inteiro, rodeando os pedestais que sustentavam as unidades
holográficas. Uma bruma esbranquiçada se erguia da poça à medida que o hidrogênio líquido se
transformava em gás... preenchendo o pequeno espaço.
Mal’akh ergueu a lata de óleo e despejou uma boa quantidade dele sobre o cilindro de
hidrogênio e o tubo, assim como na pequena abertura debaixo da porta. Então, com todo o cuidado, foi
saindo do laboratório de costas, deixando um filete ininterrupto de óleo no chão à medida que recuava.
A atendente responsável pelo disque-emergência de Washington tivera uma noite
particularmente agitada. Futebol, cerveja e lua cheia, pensou ela quando outra ligação pipocou em sua
tela, desta vez de um telefone público em um posto de gasolina da Suitland Parkway, em Anacostia.
Provavelmente um acidente de carro.
— Emergência — atendeu ela. — Em que posso ajudar?
— Acabei de ser atacada no Centro de Apoio dos Museus Smithsonian — disse uma mulher, em
pânico. — Por favor, mandem a polícia! Silver Hill Road, 4.210!
— Tudo bem, acalme-se — disse a atendente. — A senhora tem que...
— Preciso também que mandem a polícia para uma mansão em Kalorama Heights onde acho
que meu irmão está sendo mantido em cativeiro!
A atendente deu um suspiro. Lua cheia.
CAPÍTULO 53
— Como eu tentei lhe contar — dizia Bellamy para Langdon —, esta pirâmide contém mais
segredos do que parece.
Tudo indica que sim, pensou Langdon.
O professor tinha de reconhecer que a pirâmide de pedra dentro de sua bolsa aberta parecia-lhe
agora muito mais misteriosa. A interpretação que fizera do código maçônico havia produzido uma grade
de letras aparentemente sem nenhum sentido.
Caos.