Page 123 - dan brown - o símbolo perdido_revisado_
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Seus dois flancos avançaram de direções opostas, cercando com eficácia o armário octogonal.
Simkins avançou na direção da abertura. Embora ainda estivesse a três metros, já podia ver
uma fonte de luz lá dentro.
— Há uma luz acesa no armário! — gritou, torcendo para que o som da sua voz convencesse o
Sr. Bellamy e o Sr. Langdon a saírem lá de dentro com as mãos para cima.
Nada aconteceu.
Beleza, a gente faz do outro jeito.
À medida que se aproximava da abertura, Simkins pôde ouvir um zumbido inesperado
emanando lá de dentro. Parecia um som de máquina. Ele se deteve, tentando imaginar o que poderia
estar fazendo aquele barulho dentro de um espaço tão pequeno. Aproximou-se devagar, passando a
ouvir vozes misturadas ao ruído mecânico. Então, no instante em que ele alcançou a abertura, as luzes
lá dentro se apagaram.
Obrigado, pensou, ajustando os óculos de visão noturna. Vantagem nossa.
Parado junto ao limiar, ele espiou pela abertura. Ficou surpreso com o que viu lá dentro. Aquilo
não era bem um armário, mas sim a entrada para um íngreme lance de escada que levava a um
aposento logo abaixo. Mirando a arma para a saleta, o agente começou a descer os degraus. O
zumbido ficava mais forte a cada passo.
Que raio de lugar é este?
O recinto abaixo da sala de leitura era um pequeno espaço de aspecto industrial. O ruído que o
agente ouvia vinha de fato de uma máquina, embora ele não soubesse precisar se ela estava ligada
porque Bellamy e Langdon a haviam acionado ou porque funcionava em tempo integral. De toda forma,
aquilo obviamente não tinha importância. Os fugitivos tinham deixado suas reveladoras assinaturas
térmicas na única saída dali: uma pesada porta de aço cujo teclado de acesso exibia quatro impressões
digitais bem nítidas reluzindo sobre os números. Nesgas brilhantes de cor laranja irradiavam sob o
batente da porta, indicando que as luzes do outro lado estavam acesas.
— Explodam esta porta — ordenou Simkins. — Eles fugiram por aqui.
Os agentes de campo só precisaram de oito segundos para inserir e detonar uma lâmina de
Key4. Quando a fumaça se dissipou, eles se viram diante de um estranho mundo subterrâneo
conhecido como “as estantes”.
A Biblioteca do Congresso tinha quilômetros e mais quilômetros de estantes, a maioria delas
subterrâneas. As intermináveis filas de prateleiras pareciam algum tipo de ilusão de ótica “infinita” criada
com espelhos.
Simkins empurrou as portas destruídas e sentiu um ar frio do outro lado. Não pôde reprimir um
sorriso ao ler a placa:
AMBIENTE DE TEMPERATURA CONTROLADA
Mantenha esta porta fechada.
Mais fácil que isso, impossível. Em ambientes de temperatura controlada, as assinaturas
térmicas brilhavam feito bolas de fogo, e seus óculos já revelavam um borrão vermelho reluzente em
um corrimão mais à frente que Bellamy ou Langdon haviam segurado ao passar correndo.
— Vocês podem correr — sussurrou para si mesmo —, mas não podem se esconder.,
À medida que Simkins e sua equipe entravam no labirinto de estantes, ele percebeu que o jogo
estava tão desequilibrado a seu favor que nem precisaria dos óculos para encontrar sua presa. Em
circunstâncias normais, aquele mundo de estantes teria sido um esconderijo de respeito, mas a
Biblioteca do Congresso usava lâmpadas com sensores de movimento para poupar energia, de modo
que a rota de saída dos fugitivos agora estava acesa feito uma pista de aterrissagem. Uma estreita faixa
iluminada se estendia a perder de vista, curvando-se e serpenteando adiante.
Todos os homens arrancaram os óculos. Bem treinados, os agentes de campo seguiram a trilha
de luz, ziguezagueando por um labirinto de livros aparentemente interminável. Logo Simkins começou a
ver luzes se acendendo na escuridão à frente. Estamos chegando perto. Ele apertou o passo,
acelerando até ouvir o som de passadas e uma respiração ofegante mais além. Foi então que viu um
alvo.
— Contato visual! — berrou.
A forma esguia de Warren Bellamy parecia estar na retaguarda. Vestido de forma impecável, ele
cambaleava por entre as estantes, evidentemente sem fôlego. Não adianta, velhote.
— Parado aí, Sr. Bellamy! — gritou Simkins.
Bellamy continuou a correr, fazendo curvas fechadas, serpenteando por entre as fileiras de
livros. Cada vez que mudava de direção, tentando despistá-los, as luzes se acendiam acima de sua
cabeça.