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— Vocês só vão conseguir se nos separarmos. O mais importante é manter a pirâmide e o cume
          em segurança.
                 Langdon não via outra saída a não ser a escada que subia de volta para a sala de leitura.
                 — E para onde você vai?
                 — Vou atraí-los para as estantes, para longe de vocês — disse Bellamy. — É tudo o que posso
          fazer para ajudá-los.
                 Antes de Langdon ter chance de perguntar por onde ele e Katherine deveriam fugir, Bellamy já
          estava tirando um grande caixote de livros de cima de uma das esteiras.
                 — Deitem na esteira — disse Bellamy. — Não deixem as mãos para fora.
                 Langdon ficou  parado  olhando.  Você  não  pode  estar falando  sério!  A esteira  seguia  por  uma
          curta distância, depois desaparecia dentro de um buraco escuro na parede. A abertura parecia grande o
          suficiente para um caixote de livros, mas não muito mais do que isso. Langdon tornou a olhar para as
          estantes com uma expressão suplicante.
                 — Pode esquecer — disse Bellamy. — Vai ser impossível se esconder ali com os sensores de
          movimento acendendo as luzes.
                 — Assinatura térmica! — gritou uma voz lá em cima. — Flancos, convergir!
                 Katherine pareceu ter escutado a senha para entrar em ação. Subiu na esteira rolante, com a
          cabeça a poucos metros da abertura na parede. Então cruzou as mãos por cima do peito como uma
          múmia dentro de um sarcófago.
                 Langdon continuou petrificado.
                 — Robert — instou Bellamy —, se você não quiser fazer isso por mim, faça por Peter.
                 As vozes lá em cima pareciam mais próximas.
                 Como em um sonho, Langdon se encaminhou para a esteira. Depositou ali a bolsa de viagem e
          em  seguida  subiu,  deitando  a  cabeça  aos  pés  de  Katherine.  A  esteira  de  borracha  dura  estava  fria
          contra  suas  costas.  Ele  olhou  fixamente  para  o  teto  e  teve  a  sensação  de  estar  no  hospital,  se
          preparando para entrar de cabeça dentro de um aparelho de ressonância magnética.
                 — Deixe o telefone ligado — Bellamy disse a Langdon. — Uma pessoa vai ligar em breve... e
          oferecer ajuda. Confie nela.
                 Uma  pessoa  vai  ligar?  Langdon  sabia  que  Bellamy  vinha  tentando  falar  com  alguém  sem
          conseguir e que mais cedo havia deixado um recado. E, pouco antes, enquanto desciam correndo a
          escada em caracol, ele tinha feito uma última tentativa e conseguido completar a ligação, sussurrando
          algumas palavras e depois desligando.
                 — Sigam a esteira até o final — disse Bellamy. — E pulem depressa antes que ela dê a volta
          completa e retorne para cá. Usem meu cartão de acesso para sair.
                 — Mas onde nós vamos sair? — quis saber Langdon.
                 Bellamy,  no  entanto, já estava  acionando  as  alavancas.  Todas  as  esteiras  da  sala ganharam
          vida com um zumbido. Com um tranco, Langdon sentiu que estava entrando em movimento e o teto
          começou a desfilar sobre sua cabeça.
                 Que Deus me ajude.
                 Enquanto  se  aproximava  da  abertura  na  parede,  Langdon  viu  Warren  Bellamy  atravessar
          correndo  a  porta  que  conduzia  às  estantes,  fechando-a  atrás  de  si.  Segundos  depois,  o  professor
          penetrou na escuridão, engolido pela biblioteca.., no exato momento em que um pontinho brilhante e
          vermelho de laser surgiu dançando escada abaixo.



          CAPÍTULO 60

                 A agente de segurança da firma Preferred Security conferiu novamente na sua ordem de serviço
          o endereço em Kalorama Heights. É isso mesmo? O portão à sua frente pertencia a uma das maiores e
          mais tranquilas casas do bairro, portanto parecia estranho a emergência ter acabado de receber uma
          ligação urgente a seu respeito.
                 Como era de praxe sempre que recebia uma ligação não confirmada, a emergência, antes de
          acionar a polícia, entrara em contato com a empresa responsável pelo alarme da casa. A agente mal
          remunerada sempre achara que o lema da empresa — “Sua primeira linha de defesa” — poderia muito
          bem ser “Alarmes falsos, trotes, animais de estimação perdidos e queixas de vizinhos doidos”.
                 Naquela  noite,  como  de  hábito,  a  agente  tinha  chegado  ao  local  indicado  sem  ter  qualquer
          informação mais precisa. Eu não ganho para isso. Seu trabalho consistia apenas em ir até lá com a luz
          giratória amarela do carro acesa, avaliar o imóvel e relatar qualquer coisa fora do normal. Na maioria
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