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fato  uma  mensagem  dos  Antigos  Mistérios  e  estava  ali  por  um  motivo.  Os  pais  fundadores  tinham
          imaginado os Estados Unidos como uma tela em branco, um campo fértil sobre o qual poderiam lançar
          as sementes dos mistérios. Hoje, aquele ícone sublime — o pai da nação subindo aos céus — pairava
          silenciosamente sobre os legisladores, líderes e presidentes do país... um lembrete arrojado, um mapa
          para  o  futuro,  a  promessa  de  um  tempo  em  que  o  homem  iria  evoluir  rumo  à  maturidade  espiritual
          completa.
                 — Robert — sussurrou Katherine com os olhos ainda fixos nas enormes figuras dos grandes
          inventores norte-americanos acompanhados por Minerva —, esse afresco é profético. Hoje em dia, as
          invenções mais avançadas estão sendo usadas para estudar as ideias mais antigas. A noética pode ser
          uma disciplina nova, mas é a ciência mais antiga do mundo: o estudo da mente humana. — Ela se virou
          para Langdon, maravilhada. — E estamos aprendendo que os antigos compreendiam o pensamento de
          modo mais profundo do que compreendemos hoje.
                 — Faz sentido — retrucou o professor. — A mente humana era a única tecnologia à disposição
          dos antigos. Os primeiros filósofos a estudaram de forma incansável.
                 —  Isso  mesmo!  Os  textos  antigos  são  obcecados  pelo  poder  da  mente  humana.  Os  Vedas
          descrevem  o  fluxo  da  energia  mental.  A  Pistis  Sophia  fala  sobre  a  consciência  universal.  O  Zohar
          explora a natureza da mente-espírito. Os textos xamanísticos predizem a “influência remota” de Einstein
          em termos de cura a distância. Está tudo lá! E olhe que eu nem comecei a falar da Bíblia.
                 — Você também? — brincou Langdon. — Seu irmão tentou me convencer de que a Bíblia está
          cheia de informações científicas cifradas.
                 — Mas está mesmo — disse ela. — E, se você não acredita em Peter, leia alguns dos textos
          esotéricos de Newton sobre as Escrituras. Quando começar a entender as parábolas crípticas, Robert,
          você vai perceber que a Bíblia é um estudo da mente humana.
                 Langdon encolheu os ombros.
                 — Acho que vou ter que ler tudo de novo.
                 —  Deixe-me  fazer  uma  pergunta  —  disse  ela,  obviamente  sem  apreciar  seu  ceticismo.  —
          Quando a Bíblia nos diz que devemos “construir nosso templo” e fazer isso “sem ferramentas e sem
          ruído”, de que templo você acha que ela está falando?
                 — Bem, o texto diz que o nosso corpo é um templo.
                 — Sim, em Coríntios 3:16. Vós sois o templo de Deus. — Ela sorriu. — E o Evangelho segundo
          João diz exatamente a mesma coisa. Robert, as Escrituras sabem muito bem o poder que existe latente
          em nós, e nos incentivam a dominar esse poder... a construir os templos de nossas mentes.
                 — Infelizmente, acho que grande parte do mundo religioso está esperando que um templo de
          verdade seja reconstruído. Isso faz parte da Profecia Messiânica.
                 — Sim, mas deixa de lado um ponto importante. O Segundo Advento é o do homem, o instante
          em que a humanidade finalmente constrói o templo de sua mente.
                 — Não sei — disse Langdon, esfregando o queixo. — Não sou nenhum estudioso da Bíblia, mas
          tenho quase  certeza  de  que  as  Escrituras  descrevem  em  detalhes  um templo físico  que  precisa  ser
          construído.  Segundo  a  descrição,  a  estrutura  seria  dividida  em  duas  partes:  um  templo  externo
          chamado Santo e um santuário interno chamado Santo dos Santos. As duas partes estão separadas
          uma da outra por um fino véu.
                 Katherine sorriu novamente.
                 — Bela memória bíblica para um cético. Aliás, você já viu um cérebro humano de verdade? Ele é
          constituído  por  duas  partes:  uma  externa,  chamada  dura-máter  e  outra  interna,  chamada  pia-máter.
          Essas duas partes são separadas pela membrana aracnoide, um véu de tecido que parece uma teia de
          aranha.
                 Langdon inclinou a cabeça, surpreso.
                 Com delicadeza, ela ergueu a mão e tocou a têmpora de Langdon.
                 — Existe um motivo para temple, em inglês, significar tanto “têmpora” quanto “templo”, Robert.
                 Enquanto  Langdon  tentava  processar  o  que  Katherine  acabara  de  dizer,  lembrou-se
          inesperadamente do Evangelho gnóstico segundo Maria: Onde a mente está, lá está o tesouro.
                 — Talvez você tenha ouvido falar — disse Katherine, baixando o tom de voz — nos exames de
          ressonância magnética feitos em iogues meditando. Quando em estado avançado de concentração, o
          cérebro  humano  produz,  por  meio  da  glândula  pineal,  uma  substância  parecida  com  cera.  Essa
          secreção  cerebral  não  se  parece  com  nenhuma  outra  substância  do  corpo.  Ela  tem  um  efeito
          incrivelmente  curativo,  é  capaz  de  regenerar  células  e  talvez  seja  um  dos  motivos  por  trás  da
          longevidade dos iogues. Isso é ciência, Robert. Essa substância tem propriedades inconcebíveis e só
          pode ser criada por uma mente em estado de profunda concentração.
                 — Eu me lembro de ter lido sobre isso alguns anos atrás.
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