Page 30 - dan brown - o símbolo perdido_revisado_
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sobre a qual se ergue o Capitólio, nunca sabiam ao certo qual figurão poderiam acabar mandando
encostar por engano, então a maioria preferia simplesmente não se arriscar a parar limusines.
Quando Mal’akh atravessou o rio Anacostia e entrou no estado de Maryland, pôde sentir que
estava chegando mais perto de Katherine, impulsionado pela força de gravidade do destino. Estou
sendo chamado para cumprir uma segunda tarefa esta noite.., uma tarefa que eu não havia imaginado.
Na noite anterior, quando Peter Solomon havia lhe revelado o último de seus segredos, Mal’akh ficara
sabendo da existência de um laboratório secreto no qual Katherine Solomon tinha operado milagres —
avanços fenomenais que, Mal’akh percebia, iriam mudar o mundo caso um dia viessem à tona.
O trabalho dela revelará a verdadeira natureza de todas as coisas.
Durante séculos, as “mentes mais brilhantes” da Terra haviam ignorado as ciências antigas,
zombando delas como se fossem superstições ignorantes, armando-se em vez disso de um ceticismo
arrogante e de novas e espantosas tecnologias — ferramentas que só faziam afastá-las ainda mais da
verdade. Os avanços de cada geração são desmentidos pela tecnologia da geração seguinte. Assim
havia sido por muitos séculos. Quanto mais o homem aprendia, mais se dava conta de sua ignorância.
Por muitos milênios, a humanidade vinha tateando no escuro... mas agora, como estava escrito
na profecia, havia mudanças no ar. Depois de avançar às cegas pela história, a humanidade chegara a
uma encruzilhada. Esse momento tinha sido previsto havia muito tempo, profetizado pelos textos
antigos, calendários primevos e até mesmo pelas estrelas. A data era específica, sua chegada,
iminente.
Ela seria precedida por uma brilhante explosão de conhecimento... um clarão de luz para iluminar a
escuridão e dar à humanidade uma última chance de se desviar do abismo e seguir o caminho da
sabedoria.
Eu cheguei para ofuscar a luz, pensou Mal’akh. Esse é o meu papel.
O destino o havia ligado a Peter e Katherine Solomon. As descobertas feitas por Katherine no
CAMS ameaçavam abrir as comportas de uma nova forma de pensar, dando início a um novo
Renascimento. Caso essas revelações viessem a público, iriam se transformar em um catalisador que
inspiraria a humanidade a redescobrir o conhecimento que havia perdido, dando-lhe um poder muito
além da imaginação.
O destino de Katherine é acender essa tocha.
O meu é apagá-la.
CAPÍTULO 15
Em meio à escuridão cerrada, Katherine Solomon tateou à procura da porta externa de seu
laboratório. Depois de achá-la, abriu a porta revestida de chumbo e entrou depressa no pequeno hall. A
travessia levara apenas 90 segundos, mas seu coração batia feito louco. Depois de três anos, eu já
deveria ter me acostumado com isso. Katherine sempre se sentia aliviada ao escapar do breu do
Galpão 5 e entrar naquele espaço limpo e bem iluminado.
O Cubo era uma grande caixa sem janelas. Cada centímetro das paredes e do teto lá dentro era
coberto por uma tela rígida de fibra de chumbo revestida de titânio, o que dava a impressão de uma
imensa jaula construída dentro de uma câmara de cimento. Divisórias de plexiglas fosco separavam o
espaço em diferentes compartimentos — um laboratório, uma sala de controle, uma sala de máquinas,
um banheiro e uma pequena biblioteca para pesquisas.
Katherine caminhou depressa até o laboratório principal. O espaço de trabalho claro e estéril
reluzia com vários equipamentos quantitativos avançados: dois encefalógrafos interligados, um pente de
frequência em femtossegundos, um isolador magneto-ótico e GEAs de ruído eletrônico com
indeterminação quântica, mais simplesmente conhecidos como Geradores de Eventos Aleatórios.
Apesar do uso de tecnologias de ponta pela ciência noética, as descobertas em si eram muito
mais místicas do que as máquinas frias e high-tech que as produziam.
Magia e mito se transformavam rapidamente em realidade com a chegada de novas e
espantosas informações, todas elas confirmando a ideologia básica da ciência noética — o potencial
ainda não explorado da mente humana.
A tese geral era simples: Nós não chegamos nem perto de usar todo o potencial de nossas
mentes e nossos espíritos.
Experiências conduzidas em instalações como o Instituto de Ciências Noéticas (ICN) da
Califórnia e o Laboratório de Pesquisas de Anomalias da Engenharia (LPAE) de Princeton haviam
provado categoricamente que o pensamento humano, quando adequadamente direcionado, tem a
capacidade de afetar e modificar a massa física. Essas experiências não eram truques de salão do tipo