Page 28 - dan brown - o símbolo perdido_revisado_
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—  Mandem  um  rádio  para  todos  os  postos!  Encontrem  o  careca  da  tipoia  e  prendam-no!
          AGORA!
                 Correndo para fora do centro de segurança, ele subiu de três em três os degraus da escadaria
          gasta. O vídeo de segurança havia mostrado o careca da tipoia deixando a Rotunda pelo pórtico leste.
          O caminho mais curto para sair do prédio, portanto, o faria passar pelo corredor leste-oeste, que ficava
          logo à frente.
                 Eu posso interceptá-lo.
                 Depois de chegar ao topo da escada e fazer a curva, Anderson vasculhou o corredor silencioso
          à sua frente. Na outra ponta, um casal de idosos caminhava devagar, de mãos dadas. Perto deles, um
          turista  louro  de  blazer  azul  lia  um  guia  e  estudava  os  mosaicos  do  teto  em  frente  à  Câmara  dos
          Representantes.
                 —  Com  licença!  —  bradou  Anderson  correndo  em  sua  direção.  —  O  senhor  viu  um  homem
          careca com uma tipoia no braço?
                 O homem ergueu os olhos do livro com uma expressão confusa.
                 — Um careca com uma tipoia! — repetiu Anderson com mais firmeza. — O senhor o viu?
                 O turista hesitou e, nervoso, olhou para a extremidade leste do corredor.
                 — Hã... vi, sim — respondeu. — Acho que ele acabou de passar correndo por mim... na direção
          daquela escada ali. — Ele apontou para o final do corredor.
                 Anderson sacou o rádio e berrou no aparelho.
                 — Atenção, todos os postos! O suspeito está se dirigindo para a saída sudeste. Todos para lá!
          — Ele guardou o rádio e arrancou a arma do coldre, pondo-se a correr rumo à saída.
                 Trinta segundos depois, o louro musculoso de blazer azul saiu tranquilamente pela ala leste do
          Capitólio para o ar úmido da noite. Sorriu, saboreando o frescor do lado de fora.
                 Transformação.
                 Tinha sido tão fácil.
                 Apenas um minuto antes, ele saíra rapidamente da Rotunda mancando e usando um casaco
          militar.  Depois  de  se  esconder  em  um  vão  mal  iluminado,  havia  tirado  o  casaco  militar,  revelando  o
          blazer azul que usava por baixo. Antes de se desfazer do casaco, sacara uma peruca loura do bolso,
          colocando-a  com  cuidado  sobre  a  cabeça.  Então  endireitou  o  corpo,  tirou  do  blazer  um  guia  de
          Washington e saiu calmamente do vão com um passo elegante.
                 Transformação. É esse o meu dom.
                 Enquanto as pernas mortais de Mal’akh carregavam-no em direção à limusine que o aguardava,
          ele arqueou as costas, esticando todo o seu 1,90m e jogando os ombros para trás. Respirou fundo,
          deixando o ar encher seus pulmões. Podia sentir as asas da fênix tatuada em seu peito se abrindo.
                 Se ao menos eles conhecessem o meu poder, pensou, olhando para a cidade à sua frente. Hoje
          à noite minha transformação irá se completar.
                 Mal’akh tivera uma conduta impecável dentro do Capitólio, demonstrando obediência a todas as
          regras  de  etiqueta  ancestrais.  O  antigo  convite  foi  entregue.  Se  Langdon  ainda  não  tivesse
          compreendido qual era seu papel ali naquela noite, logo iria entender.


          CAPÍTULO 13

                 A  Rotunda  do  Capitólio  —  assim  como  a  Basílica  de  São  Pedro  —  sempre  tinha  o  dom  de
          surpreender Robert Langdon. Ele sabia que aquele espaço era grande o suficiente para comportar com
          folga  a  Estátua  da  Liberdade,  mas  de  alguma  forma  a  Rotunda  sempre  lhe  parecia  maior  e  mais
          sagrada do que ele esperava, como se espíritos pairassem no ar. Naquela noite, porém, havia apenas
          caos.
                 Agentes de segurança do Capitólio estavam isolando a Rotunda ao mesmo tempo que tentavam
          guiar  os  turistas  perplexos  para  longe  da  mão.  O  menininho  continuava  chorando.  Uma  luz  forte  se
          acendeu — um turista tirando uma foto da mão —, e vários seguranças agarraram imediatamente o
          homem, tomando-lhe a câmera e escoltando-o até a saída. Na confusão, Langdon se viu andando para
          a frente como em um transe, abrindo caminho pelo aglomerado de gente para chegar cada vez mais
          perto da mão.
                 A  mão  direita  cortada  de  Peter  Solomon  estava  na  vertical,  com  a  superfície  plana  do  pulso
          seccionado fincada no prego de uma pequena base de madeira. Três dos dedos estavam fechados,
          enquanto o polegar e o indicador se encontravam esticados, apontando para cima em direção à cúpula
          altíssima.
                 — Todos para trás! — exclamou um dos agentes.
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