Page 25 - dan brown - o símbolo perdido_revisado_
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nervosa, O que ela descobrira a respeito do irmão deixaria qualquer um perturbado, mas, como Peter
era seu único parente na face da Terra, Katherine se sentia especialmente incomodada ao pensar que
ele pudesse estar lhe escondendo algum segredo.
Até onde ela sabia, o irmão só ocultara algo dela uma vez... um segredo maravilhoso escondido
no final daquele corredor. Três anos antes, Peter havia conduzido Katherine por ali, apresentando-a ao
CAMS enquanto lhe exibia alguns dos objetos mais incomuns do complexo: o meteorito de Marte ALH-
84001, o diário pictográfico de Touro Sentado, uma coleção de jarros lacrados com cera de abelha
contendo espécimes originais coletados por Charles Darwin.
Em determinado momento, os dois passaram por uma porta pesada com uma pequena janela.
Katherine viu de relance o que havia atrás dela e levou um susto.
— Mas o que é isso?
Seu irmão deu uma risadinha e continuou andando.
— Galpão 3. É o que chamamos de Galpão Molhado. Bem inusitado, não é?
Aterrorizante, eu diria. Katherine apertou o passo para alcançá-lo. Aquele complexo parecia
outro planeta.
— O que eu realmente quero lhe mostrar é o Galpão 5 — disse Peter enquanto a conduzia pelo
corredor aparentemente sem fim. — É o nosso mais novo anexo. Foi construído para abrigar artefatos
do porão do Museu Nacional de História Natural. A coleção está programada para ser transferida para
cá daqui a uns cinco anos, o que significa que o Galpão 5 está vazio no momento.
Katherine olhou naquela direção.
— Vazio? Então por que estamos indo para lá?
Os olhos cinzentos de seu irmão exibiram um brilho travesso familiar.
— Pensei que, já que ninguém está usando o espaço, talvez você pudesse usá-lo.
— Eu?
— Claro. Imaginei que você gostaria de ter um laboratório exclusivo.., um lugar onde possa de
fato realizar alguns dos experimentos sobre os quais vem teorizando durante todos esses anos.
Chocada, Katherine encarou o irmão.
— Mas, Peter, essas experiências são teóricas! Realizá-las seria quase impossível!
— Nada é impossível, Katherine, e este lugar é perfeito para você. O CAMS não é apenas um
depósito de tesouros; é um dos centros de pesquisa científica mais avançados do mundo.
Frequentemente pegamos alguma peça da coleção para examiná-la usando as melhores tecnologias
quantitativas que o dinheiro pode comprar. Você teria à sua disposição todo equipamento de que
pudesse vir a precisar.
— Peter, as tecnologias necessárias para fazer essas experiências estão...
— Bem aqui. — Ele deu um largo sorriso. — O laboratório está pronto.
Katherine parou onde estava.
Seu irmão apontou para o final do longo corredor.
— Estamos indo para lá agora.
Katherine mal conseguia falar.
— Você... você construiu um laboratório para mim?
— É o meu trabalho. O Smithsonian foi criado para promover o avanço do conhecimento
científico. Como secretário, devo levar a sério esse dever. Eu acredito que as experiências que você
propôs têm potencial para expandir as fronteiras da ciência a territórios inexplorados. — Peter parou,
olhando-a bem nos olhos. — Quer você fosse ou não minha irmã, eu me sentiria obrigado a apoiar essa
pesquisa. Suas ideias são brilhantes. O mundo merece ver aonde elas podem chegar.
— Peter, eu não posso de jeito nenhum...
— Tudo bem, relaxe... eu paguei do meu próprio bolso, e ninguém está usando o Galpão 5 neste
momento. Quando você terminar suas experiências, pode desocupá-lo. Além disso, o Galpão 5 tem
propriedades singulares que são perfeitas para o seu trabalho.
Katherine não conseguia imaginar o que um gigantesco galpão vazio poderia proporcionar no
sentido de auxiliar sua pesquisa, mas tinha a sensação de que estava prestes a descobrir. Eles haviam
acabado de chegar a uma porta de aço com letras grossas gravadas:
GALPÃO 5
Seu irmão inseriu o cartão de acesso e um teclado eletrônico se acendeu. Ele ergueu o dedo
para digitar o código de segurança, mas se deteve, arqueando as sobrancelhas com o mesmo ar
travesso de quando era menino.
— Tem certeza de que está pronta?