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— Sra. Solomon! — Ele deu um largo sorriso.
— Redskins?
Ele corou, fazendo cara de culpado.
— O jogo ainda não começou.
Ela sorriu.
— Não vou dedurar você. — Então andou até o detector de metais e esvaziou os bolsos. Ao tirar
do pulso o Cartier de ouro, sentiu a costumeira pontada de tristeza. O relógio fora presente da mãe no
seu aniversário de 18 anos. Quase 10 anos já haviam transcorrido desde que a mãe morrera de forma
violenta... seu corpo aninhado em seus braços.
— Então, Sra. Solomon? — sussurrou o guarda em tom de brincadeira. — Algum dia vai contar
a alguém o que está fazendo lá atrás?
Ela ergueu os olhos.
— Algum dia, Kyle. Hoje não.
Por favor — insistiu ele. — Um laboratório secreto.., dentro de um museu secreto? A senhora
deve estar fazendo alguma coisa bacana.
Muito mais que bacana, pensou Katherine enquanto juntava seus pertences. A verdade era que
ela estava praticando uma ciência tão avançada que nem sequer parecia mais ciência.
CAPÍTULO 8
Robert Langdon parou na soleira da porta do Salão Nacional das Estátuas, petrificado, e estudou
a surpreendente cena à sua frente. A sala era exatamente como ele se lembrava — um semicírculo
harmonioso, construído no mesmo estilo de um anfiteatro grego. As graciosas paredes curvas de
arenito e marmorino italiano eram pontuadas por colunas de breccia multicolorida, entremeadas pela
coleção nacional de estátuas — esculturas em tamanho natural de 38 norte-americanos importantes,
dispostas ao redor de um vasto espaço revestido com ladrilhos de mármore preto e branco.
Tudo estava do mesmo jeito que no dia da palestra que assistira ali.
Exceto por um detalhe.
Desta vez, o salão estava deserto.
Nada de cadeiras. Nada de espectadores. Nada de Peter Solomon. Apenas um punhado de
turistas zanzando para lá e para cá, alheios à entrada triunfal de Langdon. Será que Peter quis dizer na
Rotunda? Ele espiou pelo corredor sul na direção da Rotunda e viu turistas circulando por lá também.
Os ecos das badaladas do relógio haviam silenciado. Agora Langdon estava oficialmente
atrasado.
Ele voltou às pressas para o corredor e encontrou um guia turístico.
— Com licença, onde será a palestra do evento do Smithsonian hoje à noite?
O guia hesitou.
— Não saberia dizer, senhor. Quando vai começar?
— Agora!
O homem balançou a cabeça.
— Não estou sabendo de nenhum evento do Smithsonian hoje à noite... pelo menos não aqui.
Atarantado, Langdon voltou depressa para o meio do salão, correndo os olhos por todo o
espaço. Será que isso é algum tipo de brincadeira de Solomon? A hipótese lhe parecia inimaginável.
Sacou o celular e o fax recebido naquela manhã e discou o número de Peter.
O telefone levou alguns segundos para captar um sinal dentro do imenso prédio. Por fim,
começou a tocar.
O conhecido sotaque sulista atendeu.
— Escritório de Peter Solomon, Anthony falando. Em que posso ajudar?
— Anthony! — disse Langdon, aliviado. — Que bom que você ainda está aí. Aqui é Robert
Langdon. Parece que está havendo alguma confusão em relação à palestra. Estou no meio do Salão
das Estátuas, mas não há ninguém aqui. A palestra foi transferida para alguma outra sala?
— Acho que não, professor. Deixe-me verificar. — O assistente fez uma pausa.
— O senhor confirmou diretamente com o Sr. Solomon?
Langdon ficou confuso.
— Não, eu confirmei com você, Anthony. Hoje de manhã!
— Sim, eu me lembro disso. — Houve um silêncio na linha. — Foi um pouco descuidado da sua
parte, não acha, professor?
Àquela altura, Langdon estava totalmente alerta.