Page 24 - dan brown - o símbolo perdido_revisado_
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Langdon  ficou  parado  por  vários  segundos  aterrorizantes,  tentando  processar  o  que  havia
          acabado de acontecer.
                 De repente, ao longe, ouviu um som inesperado.
                 Vinha da Rotunda.
                 Alguém estava gritando.


          CAPÍTULO 10

                 Robert  Langdon  havia  entrado  na  Rotunda  do  Capitólio  várias  vezes  na  vida,  mas  nunca
          correndo a toda a velocidade. Quando atravessou às carreiras a entrada norte, viu um grupo de turistas
          aglomerado no centro da sala. Um menininho gritava e seus pais tentavam acalmá-lo. Outras pessoas
          se juntavam à sua volta enquanto os seguranças faziam o possível para restaurar a ordem.
                 — Ele tirou de dentro da tipoia — disse alguém com a voz histérica — e simplesmente largou ali!
                 Ao  se  aproximar,  Langdon  viu  pela  primeira  vez  o  que  estava  causando  todo  aquele
          estardalhaço. De fato, o objeto no chão do Capitólio era estranho, mas a sua presença não justificava
          tanta gritaria.
                 Langdon já vira muitas vezes o objeto caído no chão. O departamento de artes de Harvard tinha
          dezenas deles — modelos de plástico em tamanho natural, usados por escultores e pintores para ajudá-
          los a reproduzir a parte mais complexa do corpo humano, que surpreendentemente não era o rosto, e
          sim a mão. Alguém deixou a mão de um manequim dentro da Rotunda?
                 Mãos de manequim tinham dedos articulados que permitiam a um artista colocá-los na posição
          que quisesse, o que, para os alunos de segundo ano da universidade, geralmente significava com o
          dedo médio em riste. Aquela, porém, havia sido posicionada com o indicador e o polegar apontados
          para o teto.
                 No  entanto,  quando  Langdon  se  aproximou,  percebeu  que  aquela  mão  de  manequim  era
          peculiar. Sua superfície de plástico não era lisa como a maioria. Pelo contrário, era cheia de manchas e
          levemente enrugada, quase parecida com...
                 Pele de verdade.
                 Langdon parou abruptamente.
                 Foi então que viu o sangue. Meu Deus!
                 O pulso cortado parecia ter sido fincado em uma base de madeira com um prego para ficar em
          pé. Uma onda de náusea atravessou seu corpo. Langdon foi se aproximando devagar, sem conseguir
          respirar, vendo agora que as pontas do indicador e do polegar haviam sido decoradas com minúsculas
          tatuagens.  Mas  não  foram  as  tatuagens  que  chamaram  sua  atenção.  Seu  olhar  se  moveu
          instantaneamente para o conhecido anel de ouro no dedo anular.
                 Não.
                 Langdon recuou. O mundo à sua volta começou a girar quando ele percebeu que estava olhando
          para a mão direita cortada de Peter Solomon.


          CAPÍTULO 11

                 Por  que  Peter  não  atende?,  perguntou-se  Katherine  Solomon  enquanto  desligava  o  celular.
          Onde ele está?
                 Durante  três  anos,  Peter  Solomon  sempre  tinha  sido  o  primeiro  a  chegar  a  seus  encontros
          semanais às sete da noite de domingo. Aquele era o ritual familiar deles, uma forma de permanecerem
          em  contato  antes  do  início  de  uma  nova  semana  e  de  Peter  se  manter  atualizado  em  relação  ao
          trabalho de Katherine no laboratório.
                 Ele nunca se atrasa, pensou ela, e sempre atende o telefone. Para piorar, Katherine ainda não
          tinha certeza do que iria dizer ao irmão quando ele finalmente chegasse. Como vou lhe perguntar sobre
          o que descobri hoje?
                 O clicar ritmado dos seus passos ecoava pelo corredor de cimento que percorria o CAMS como
          uma  espinha  dorsal.  Conhecido  como  “A  Rua”,  o  corredor  interligava  os  cinco  imensos  galpões  de
          armazenagem  do  edifício.  A  12  metros  do  chão,  um  sistema  circulatório  composto  de  dutos  laranja
          latejava com as batidas do coração do complexo — os sons pulsantes de milhares de metros cúbicos
          de ar filtrado que circulavam pelo ambiente.
                 Em  geral,  durante  a  caminhada  de  quase  400  metros  até  o  laboratório,  Katherine  se  sentia
          tranquilizada pelos ruídos da respiração do complexo. Naquela noite, entretanto, a pulsação a deixou
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