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Muito mais importante, a outra previsão de Peter também havia se realizado: as experiências de
          Katherine tinham produzido resultados impressionantes sobretudo nos últimos seis meses — avanços
          que  iriam  alterar  paradigmas  inteiros  de  pensamento.  Katherine  e  o  irmão  haviam  concordado  em
          guardar segredo total quanto aos resultados até suas implicações ficarem mais claras. Mas ela sabia
          que um dia, em breve, divulgaria algumas das revelações científicas mais transformadoras da história
          humana.
                 Um laboratório secreto dentro de um museu secreto, pensou ela, inserindo o cartão de acesso
          na porta do Galpão 5. O teclado se acendeu e Katherine digitou sua senha.
                 A porta de aço se abriu com um silvo.
                 O  conhecido  gemido  oco  foi  acompanhado  pela  mesma  rajada  de  ar  frio.  Como  sempre,
          Katherine sentiu sua pulsação se acelerar.
                 O trajeto mais estranho do mundo para chegar ao trabalho.
                 Tomando coragem para a travessia, Katherine Solomon olhou de relance para o relógio de pulso
          ao pisar no vazio. Naquela noite, porém, não conseguiu se livrar das preocupações ao entrar no galpão.
          Onde está Peter?


          CAPÍTULO 12

                 Fazia mais de uma década que Trent Anderson, chefe de polícia do Capitólio, supervisionava a
          segurança daquele complexo. Era um homem musculoso e de ombros largos, com traços finos e cabelo
          ruivo cortado à escovinha, o que lhe dava um ar de autoridade militar. Deixava sua arma bem visível
          como aviso a qualquer um que caísse na besteira de questionar seu poder.
                 Anderson  passava  a  maior  parte  do  tempo  coordenando  seu  pequeno  exército  de  agentes  a
          partir de um centro de segurança de alta tecnologia situado no subsolo do Capitólio. Dali, comandava
          uma  equipe  de  técnicos  encarregados  de  examinar  monitores  e  dados  de  computador,  além  disso
          controlava uma mesa telefônica que o mantinha em contato com os funcionários da segurança.
                 Aquela noite tinha sido estranhamente tranquila, e Anderson estava satisfeito. Tinha esperanças
          de  conseguir  ver  um  pouco  do jogo  dos  Redskins  na TV  de tela  plana  da  sua  sala.  A  partida havia
          acabado de começar quando seu interfone tocou.
                 — Chefe?
                 Anderson resmungou e manteve os olhos grudados na televisão enquanto atendia o interfone.
                 — O que foi?
                 — Houve algum problema na Rotunda. Os agentes estão chegando lá agora, mas acho que o
          senhor vai querer dar uma olhada.
                 —  Certo.  —  Anderson  entrou  no  centro  nervoso  do  sistema  de  segurança:  uma  instalação
          compacta, neomoderna, cheia de monitores de computador. — O que você tem aí?
                     O técnico estava ajustando uma imagem de vídeo digital em seu monitor.
                 — Câmera da galeria leste da Rotunda. Vinte segundos atrás. — Ele acionou o vídeo.
                 Anderson ficou olhando por cima do ombro do técnico.
                 A Rotunda estava quase deserta naquele dia, ocupada apenas por uns poucos turistas. O olho
          treinado  de  Anderson  foi  atraído  imediatamente  para  a  única  pessoa  sozinha  que  se  movia  mais
          depressa  do que  as  outras.  Cabeça raspada.  Casaco  militar  verde.  Braço ferido  em  uma  tipoia.  Um
          pouco manco. Postura curva. Falando no celular.
                 Os passos do homem careca ecoaram de forma distinta no áudio até que, de repente, ao chegar
          bem  no  meio  da  Rotunda,  ele  parou,  encerrou  o  telefonema  e  ajoelhou  como  quem  vai  amarrar  o
          cadarço do sapato. No entanto, em vez de fazer isso, o careca tirou alguma coisa da tipoia e a pôs no
          chão. Depois se levantou e seguiu mancando depressa em direção à saída leste.
                 Anderson  ficou  olhando  para  o  estranho  objeto  que  o  homem  havia  deixado  para  trás.  Que
          negócio é esse? O objeto tinha uns 20 centímetros de altura e estava posicionado na vertical. Anderson
          se aproximou do monitor e apertou os olhos. Não pode ser o que parece!
                 Enquanto o careca se afastava apressado, desaparecendo pelo pórtico leste, um menininho ali
          perto disse:
                 — Mamãe, aquele homem deixou cair alguma coisa.
                 O garoto foi  ver  o que era, mas  de repente  estacou.  Após  um  longo  instante  de  imobilidade,
          apontou para o objeto e soltou um grito ensurdecedor.
                 Na mesma hora, o chefe de polícia girou o corpo e saiu correndo em direção à porta, berrando
          ordens pelo caminho.
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