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INTRODUÇÃO







                         Nos últimos tempos assistimos à evolução de um fenómeno quem tem merecido

                  aceso  debate  na  sociedade,  nomeadamente  nos  meios  empresariais  e  académicos,  a

                  Responsabilidade Social das Empresas (RSE).

                         Por um lado, alguns afirmam que as empresas têm obrigações morais para com a

                  sociedade, sendo-lhes pedido não apenas que evitem e previnam danos, mas também
                  que “façam o bem” (Mulligan, 1993 cit. in Rego et al., 2007b). Por outro, há aqueles

                  que peroram que as empresas devem apenas cumprir as suas obrigações legais.


                         À margem desta discussão há um dado adquirido. Os lucros não são um fim em

                  si  mesmo,  é  necessário  que  sejam  compatíveis  com  outras  necessidades  sociais.  O
                  mundo  empresarial  percebeu  que  tem  pela  frente  novos  desafios,  entre  os  quais,  a

                  valorização do capital humano e a sustentabilidade dos recursos.

                         As políticas de RSE exprimem-se em compromissos voluntários assumidos pelas

                  empresas,  baseados em textos de referência, nos domínios dos Direitos Humanos, do

                  Direito  do  Trabalho  e  do  Direito  do  Ambiente,  constituindo  um  desafio  para  as
                  empresas,  uma  alternativa  aos  tradicionais  modelos  de  gestão,  na  medida  em  que

                  colocam no mesmo nível os pilares económicos, sociais e ambientais, contribuido para

                  um  modelo  de  desenvolvimento  sustentável  (DS).  Contudo,  o  DS  não  é  uma  tarefa
                  exclusiva  das  empresas.  Estas  não  podem,  nem  devem,  substituir-se  ao  Estado  ou  a

                  outros  organismos,  nas  respectivas  áreas  de  competência  e  de  acção.  Conseguir  um
                  modelo de desenvolvimento que satisfaça as necessidades presentes sem comprometer

                  a  capacidade  das  gerações  futuras  de  suprir  as  próprias  necessidades  (Relatório
                  Bruntland, 1987) é uma tarefa exigente que depende de uma participação forte e activa

                  de todos.


                         A  nível  global,  alguns  actores  têm  contribuido  para  esta  mudança  de
                  comportamento sob as mais diversas formas. Todavia, desta proliferação de concepções

                  tem  resultado  uma  grande  multiplicidade  de  abordagens,  modelos  e  teorias  que  têm






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