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Assim, em 10 de Janeiro de 1995 surge a Declaração Europeia das Empresas
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                  contra a Exclusão Social  que apelava ao envolvimento de vários agentes no combate à
                  exclusão social: as pessoas em causa e também as autoridades nacionais, regionais e

                  locais, as associações de  solidariedade social, organizações não governamentais, os

                  parceiros  sociais  e  as  empresas  (parágrafo  2).  Esta  emergência  deve-se  ao  facto  da
                  União  Europeia  (UE)  apresentar,  na  época,  a  cifra  de  mais  de  17  milhões  de

                  desempregados, 53 milhões de pessoas a viver abaixo do limiar de pobreza e 3 a  5
                  milhões de pessoas em alojamentos inadequados (parágrafo 1).

                         Dividido  em  duas  partes  (a  declaração  e  um  vade-mecum),  o  documento
                  descreve  vários  princípios  duma  estratégia  global  contra  a  exclusão  social  e  aponta

                  várias  linhas  de  orientação  e  exemplos  a  serem  praticados  pelas  empresas,  onde  se

                  destacam as propostas de se promover a integração no mercado do emprego; apoiar a
                  melhoria da formação profissional; evitar processos de exclusão dentro das empresas,

                  reduzindo  as  redundâncias  de  pessoal  ou  tomando  medidas  apropriadas  quando  elas
                  forem inevitáveis; promover a criação de novos empregos e empresas; contribuir para a

                  integração social em áreas particularmente desfavorecidas e de grupos marginalizados.

                         Uma  das  curiosidades  desta  declaração  reside  no  facto  de  cada  empresa
                  signatária  ser  livre  de  acrescentar  a  este  documento,  pelo  processo  que  entender,

                  qualquer informação que considere útil para explicar ou ilustrar a forma como adere a
                  esta declaração (parágrafo 16).

                         O passo seguinte seria verificar como é que as empresas iriam operacionalizar os

                  princípios descritos na declaração. A resposta não se fez esperar.
                         Em  1996,  com  o  patrocínio  da  Fundação  do  Rei  Baudouin  e  o  apoio  da

                  Comissão Europeia, o grupo inicial de empresas signatárias da Declaração Europeia
                  das Empresas contra a exclusão Social designou Ann Vandenhende e Jan Noterdaeme

                  para criar e coordenar a Rede Europeia de Empresas para a Coesão Social (renomeada
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                  CSR Europe em 2000 ).
                         Esta  rede  conta  actualmente  com  80  empresas  multinacionais  de  todos  os

                  sectores e regiões. A sua missão é ajudar as empresas que fazem parte da rede a integrar
                  a RSE na sua actividade, constituindo-se uma plataforma para: (1) Ligar as empresas

                  para  partilhar  as  melhores  práticas  de  RSE;  (2)  Promover  a  inovação  em  novos


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                    Disponível em http://www.csreurope.org/pages/en/declaration.html  (acesso em 21 de Julho de 2009). A
                  versão portuguesa pode ser consultada em www.talentum.pt (consultado em 21 de Julho de 2009).
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                    Vide http://www.csreurope.org (consultado em 22 de Julho de 2009).
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