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P         —Minha infância foi ótima -     afirmou. -  Eu respeitava o fato do meu pai trabalhar
          P

                  muito para nos sustentar, não odeio a minha mãe e tenho uma boa auto-estima. Não
                  estou sabendo como você pode me ajudar.
                  Tudo que consegui responder foi:
                  —Você é um homem de sorte. E me pergunto por que está aqui.
                  —Bem, não quero que esse divórcio me prejudique - retrucou ele -, então achei que
                  você talvez possa me dar alguns conselhos sobre o que devo fazer.
                  Aaron não queria realmente os meus conselhos e provavelmente não os teria aceito.
                  Na verdade, o que ele precisava era entender melhor a si mesmo para poder
                  descobrir o que fazer. Era para isso que ele precisava da minha ajuda. Enquanto
                  Aaron não percebesse que não se conhecia tão bem quanto imaginava, seria
                  complicado ajudá-lo. É muito difícil ajudar as pessoas quando elas não acreditam
                  que precisam de auxílio.
                  Aaron deixou sua breve terapia igual ao homem que era quando começou. Embora
                  tenha me garantido que aprendeu muito durante o         tempo que passamos juntos, eu
                  não estava certo de que ele tivesse aprendido muito a respeito de si mesmo. "Agora
                  posso dizer que fiz terapia", anunciou ele orgulhosamente na nossa última sessão.
                  "Ela confirmou algumas coisas que já venho pensando há algum tempo e me ajudou
                  a me sentir melhor a respeito de mim mesmo." Geralmente fico feliz quando as
                  pessoas se sentem assim, mas não no         caso de   Aaron. Eu estava esperando que,
                  em vez de se sentir melhor a respeito de si mesmo, ele passasse a se compreender
                  melhor.
                  Jesus sabia que as pessoas têm a tendência de se "justificar". Temos o hábito de
                  achar que somos acima da          média, e para nos sentirmos assim procuramos
                  minimizar nossos problemas. Mas não é o mesmo que enfrentá-los. As tentativas de
                  Aaron de se justificar atrapalhavam a sua capacidade de compreender a si mesmo e
                  ele não iria mudar enquanto continuasse a fazer isso.
                  É muito difícil mudar o que não entendemos. Para mudar os padrões de pensamento
                  e comportamento de uma vida inteira temos que nos conhecer e compreender.
                  Sinto-me geralmente pouco à vontade quando as pessoas chegam dizendo coisas
                  como: "Ninguém me conhece melhor do que eu" ou "Pensei sobre a minha infância e
                  sei por que sou do jeito que sou". Acho que nos conhecemos parcialmente, e pensar
                  que já entendemos tudo o que é preciso sobre nós mesmos é como colocar um par
                  de antolhos que dificultam o crescimento e a      mudança. A principal razão pela qual
                  as pessoas não conseguem mudar é          que elas não compreendem a si mesmas o
                  suficiente para perceber quando a mudança é necessária.



                  PRINCÍPIO ESPIRITUAL: Quando achamos que já chegamos, paramos de avançar.
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