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P                                     PARE DE VIVER NO PASSADO
          P



                                      "Deixa que os mortos enterrem os seus mortos."
                                                          Lucas 9:60

                   A mulher de Burt insistia com ele para que fizesse terapia. Como Burt estava
                  interessado em ser bom marido e bom pai, ele fez o que ela estava pedindo.
                  —Sei que não sou perfeito -      disse ele -, de modo que gostaria de examinar meu
                  temperamento. Às vezes fico muito zangado.
                  —É um bom lugar para começar - eu falei.
                  —Mas não quero ficar desencavando o que está morto e enterrado -               prosseguiu
                  Burt. - Gosto de esquecer o passado e seguir em frente.
                  Para surpresa de Burt, fiz coro com ele.
                  —Concordo plenamente com você. Se algo está morto e enterrado, não vejo
                  nenhuma razão para revolvê-lo.
                  Como a    esposa lhe tinha dito que os psicólogos gostam de lidar com questões da
                  infância, Burt não soube o que retrucar. Prossegui então:
                  —Mas às vezes enterramos coisas que estão vivas.
                  Burt não percebia que eventos do passado podem ainda estar nos influenciando
                  hoje. Nós, psicólogos, não falamos sobre o passado por termos um interesse
                  mórbido por circunstâncias dolorosas. Tentamos entender os acontecimentos
                  passados para poder determinar até que ponto eles ainda estão vivos e ativos no
                  inconsciente no momento presente.
                  Embora ele não soubesse, a sua recusa de examinar o passado o estava mantendo
                  preso a ele. Burt não ficava pensando no passado; ele estava vivendo nele. Quando
                  começou a examinar os dolorosos eventos que recuavam até sua infância, passou a
                  entender o que desencadeava suas explosões de raiva. Havia certamente
                  acontecimentos que estavam mortos e enterrados, mas as coisas que provocavam
                  nele uma reação emocional ainda estavam vivas e ele precisava lidar com elas.
                  Quando se reconciliasse com essas coisas, poderia ficar livre para reagir de modo
                  diferente quando um acontecimento do presente as trouxesse à tona. Só então Burt
                  poderia realmente dizer que não estava vivendo no passado e que agora seguia
                  adiante.
                  Viver presos a princípios organizadores inconscientes faz com que vivamos no
                  passado. É somente ao       examinar as crenças inconscientes moldadas pelo nosso
                  passado que podemos ficar livres para desenvolver as novas convicções de que
                  necessitamos no nosso presente. Se não desenvolvermos novos pontos de vista,
                  não teremos outra alternativa senão seguir as antigas convicções. Jesus ensinava o
                  que os psicólogos acreditam hoje: que é        melhor escolher conscientemente o       que
                  acreditamos no presente do que seguir inconscientemente os padrões do passado.
                  As pessoas espiritualmente vivas estão crescendo e aprendendo coisas novas. Viver
                  a partir de padrões rígidos do passado resulta na morte espiritual, antes mesmo da
                  morte física. É assim que os "mortos" podem "enterrar os mortos". Se quisermos
                  permanecer espiritualmente vivos, temos que desenvolver conscientemente novas
                  convicções que surgem com o crescimento.




                   PRINCÍPIO ESPIRITUAL: Aqueles que não aprendem com o passado vivem presos
                                                            a ele.
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