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P                   POR QUE FREUD ODIAVA O FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO
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                          "Eles estavam fatigados e desamparados, como ovelhas sem pastor.”
                                                         Mateus 9:36



                  Dylan me procurou porque o seu casamento estava desmoronando. Era simpático e
                  gostava de conversar, mas não entendia o que estava acontecendo. Ele se via como
                  um sujeito divertido que simplesmente tinha se casado com uma mulher muito rígida
                  com relação a várias coisas, especialmente ao seu hábito de beber. "Eu apenas fiz a
                  escolha errada", era a sua explicação para os problemas do seu casamento.
                  Após várias sessões e muito incentivo e pesquisa da minha parte, Dylan e eu
                  fizemos uma importante descoberta. Ao beber, ele não estava apenas procurando se
                  divertir; ele se empenhava profundamente em não se sentir mal. O           álcool era uma
                  espécie de anestésico que ele usava para evitar, sempre que possível, os
                  sentimentos dolorosos. Levou bastante tempo para Dylan concluir por si mesmo que
                  era alcoólatra.
                  No decorrer do ano seguinte, Dylan transformou-se. Começou a freqüentar reuniões
                  dos Alcoólicos Anônimos, parou de beber e tornou-se bastante religioso. Ele não se
                  interessava por religião desde os poucos anos que passara na escola paroquial, mas
                  algo tinha mudado para ele. Dylan conseguiu admitir que era impotente para tomar
                  certas atitudes na vida, e que, assim como precisara da ajuda de outros, precisava
                  da ajuda de Deus. Ele tornou-se capaz de falar sobre as suas inadequações, abrir-
                  se para emoções que sempre desconhecera e confiar nas outras pessoas pela
                  primeira vez na vida. O fato de Dylan compreender que estava desamparado e que
                  precisava da ajuda de outros e de Deus modificou a sua vida. Ele sente que Deus
                  literalmente salvou a  sua vida e não tem vergonha de dizer que a        religião fez dele
                  um homem mais autêntico.
                  Freud odiava a religião. Não creio que seja necessário abordar aqui a criação
                  religiosa de Freud e o que fez com que ele tivesse tanta raiva da           religião. Para
                  Freud, ela era uma ilusão que as pessoas usavam para defender-se do sentimento
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                  de que estavam desamparadas no mundo.  Segundo essa perspectiva, as pessoas
                  vivem de forma superficial, escondendo-se atrás de rituais e regras religiosas, em
                  vez de enfrentar significados e sentimentos mais profundos. Algumas pessoas de
                  fato fazem isso, principalmente os fundamentalistas religiosos. Mas na vida de Dylan
                  a religião estava tendo o efeito oposto do que Freud imaginaria.
                  Jesus discordaria da opinião de Freud a respeito da religião. Para ele, reconhecer a
                  nossa impotência era um sinal de maturidade espiritual, e pedir a ajuda de Deus e
                  dos outros era a melhor coisa a ser feita. A religião não foi feita para ser uma defesa
                  contra a sensação de desamparo; ela é uma resposta positiva a este sentimento que
                  nos abre a um relacionamento com alguém capaz de nos ajudar quando precisamos.
                  Para Jesus, todos vivemos sensações de desamparo e               todos necessitamos de
                  Deus.



                     PRINCÍPIO ESPIRITUAL: A saúde começa com o reconhecimento de que não
                                                        somos Deus.
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