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P regras do que da compaixão pelos outros. As pessoas podem ter uma rigidez
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religiosa com relação a muitas coisas na vida; no caso da Sra. Johnson, tratava-se
do trabalho. Jesus ensinou que a rigidez das pessoas sempre causa vítimas. Neste
caso, Hannah foi a prejudicada.
No decorrer da história, muitas pessoas se engajaram em várias formas de sacrifício
como parte da prática religiosa. Abrir mão dos desejos pessoais em benefício dos
outros pode ser um sinal de verdadeira compaixão quando motivado pelo amor. No
entanto, o sacrifício desprovido de amor é uma religião vazia.
Jesus acreditava que a religião destituída de amor é sinônimo de religião vazia. É
por isso que ele desejava "misericórdia" em vez de sacrifícios. A adesão rígida a
práticas religiosas que perdem de vista o propósito original de desenvolvermos uma
relação de amor com os outros é uma religião negativa. Jesus amava a religião, mas
odiava a rigidez. O problema não é a religião e sim a sua prática inflexível que priva
as pessoas do que elas têm de melhor.
PRINCÍPIO ESPIRITUAL:O problema não é a religião e sim a rigidez religiosa.
O PROPÓSITO DA RELIGIÃO
"Vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão e então volta para apresentar a tua
oferenda.”
Mateus 5:24
Há muitos anos, um amigo chamado Vern convidou-me para ir com ele visitar uma
prisão municipal para conversar com os presos e descobrir um lado da vida que eu
não conhecia. Meu amigo fazia isso regularmente.
Cheguei ao presídio antes de Vern e os delegados me contaram que muitas pessoas
bem-intencionadas procuraram no decorrer dos anos oferecer apoio aos prisioneiros,
mas a experiência demonstrara que esse amparo nunca era duradouro. Vern era a
única pessoa que provara ser capaz de se manter fiel a um trabalho que não foi feito
para os fracos.
Vern percorria as celas oferecendo a cada detento uma pequena Bíblia e depois
perguntava se ele gostaria de conversar a respeito de Deus. Quando o preso
aceitava, Vern começava a falar dos benefícios de um relacionamento com Deus de
uma maneira que os presos eram capazes de entender. Lembro que fiquei chocado
com a linguagem que ele usava, mas, quando olho para trás, percebo que era talvez
a única forma de se fazer ouvir.
Nunca me esquecerei de Vern, com sua roupa esportiva fora de moda, falando com
os prisioneiros em uma linguagem grosseira e inculta. Duvido que ele pudesse
causar uma impressão positiva na maioria dos círculos religiosos, por causa de sua
aparência e do seu jeito, mas felizmente ele não se preocupava em se enquadrar em
grupos tradicionais. A religião de Vern era o seu relacionamento com os prisioneiros,
com os delegados e com Deus. Todos tinham por ele o maior respeito.
Penso na minha experiência com Vern e sou grato pela oportunidade de ter
conhecido um homem que vivia a sua fé sem pertencer a nenhuma igreja específica.