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P O VÍCIO E A IDOLATRIA
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"Onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.”
Lucas 12:34
Tim era um empresário inteligente e bem-sucedido que veio fazer terapia por
insistência da mulher. Não havia problemas entre os dois, mas o casamento estava
monótono. Logo descobri que as queixas da mulher de Tim estavam relacionadas ao
fato de o marido, apesar de presente fisicamente, ficar distante, bebendo uma
quantidade de uísque que o deixava sonolento e incapaz de conversar que já
existiu sobre questões mais profundas. Ele se justificava dizendo que esta era a sua
maneira de relaxar e lidar com o estresse. Ela reclamava acusando-o de estar
encobrindo os seus sentimentos que ela queria muito conhecer.
Sugeri a Tim que parasse de beber enquanto estivesse fazendo terapia para que o
casal pudesse lidar com tudo o que estivesse sentindo. Ele concordou, mas só
conseguiu cumprir o combinado durante alguns dias. Quando os seus sentimentos
atingiam um ponto no qual ele se via ameaçado de ser obrigado a conviver com
eles, Tim não conseguia resistir e voltava a beber.
Como acontece com freqüência em casos desse tipo, a terapia conjugal também
começou a ficar monótona. Se as pessoas não conseguem expor seus verdadeiros
sentimentos, nem mesmo a melhor terapia é capaz de produzir resultados. O ponto
crítico aconteceu quando eu disse a Tim que não achava que a terapia iria poder
ajudá-lo enquanto ele continuasse a beber. Infelizmente, apesar de perceber que
estava destruindo seu relacionamento comigo e com a mulher, Tim não conseguiu
parar. Sugeri que fosse a uma reunião dos Alcoólicos Anônimos, mas ele se
recusou. Em vez de lidar com os seus sentimentos, Tim voltou-se para o uísque.
Embora nunca fosse capaz de admiti-lo, a bebida passara a ocupar um lugar tão
importante na sua vida que psicologicamente havia se tornado um vício e espiritual-
mente se transformara no seu Deus.
Não sei como as coisas transcorreram depois para Tim, porque ele encerrou a
terapia antes de conseguir mudar. Como o homem rico na parábola de Jesus, ele
simplesmente foi embora. Podemos escolher entre as "coisas" e os relacionamentos.
Quando elegemos as "coisas", submetemos a nossa vida a deuses que nos
escravizam em vez de nos libertar.
Jesus não tinha uma palavra para vício, mas ele compreendia que, quando criamos
"deuses" que exigem a nossa atenção a ponto de destruirmos os nossos
relacionamentos com outras pessoas, certamente estamos com graves problemas. A
palavra que ele usava para isso era idolatria.
Jesus disse algo ao homem rico: "Vende todas as coisas que tens, distribui o
dinheiro aos pobres." Jesus desejava que o homem percebesse que as suas
"coisas" ocupavam o centro do seu interesse. O homem tinha substituído um
relacionamento genuíno com Deus por "coisas". Ele se viciara nos seus ídolos.
PRINCÍPIO ESPIRITUAL: Nenhum substituto do amor perdura.