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P                                           O VÍCIO RELIGIOSO
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                   "Se a vossa justiça não for maior do que a dos escribas e fariseus, não entrareis no
                                                       reino dos céus.”
                                                         Mateus 5:20



                  Ryan freqüenta regularmente a       igreja, oferece-se como voluntário e está sempre
                  ansioso para discutir religião. Ele tem numerosas imagens e símbolos religiosos no
                  seu apartamento e no carro, gosta de         citar a Bíblia para reforçar o que esteja
                  querendo provar, mas desconfia das pessoas que fazem o mesmo quando elas
                  discordam da sua interpretação.
                  Ryan é muito rígido a respeito de como as pessoas devem se tornar cristãs. Ele tem
                  idéias muito firmes sobre como elas devem falar, o que devem ler, que tipos de
                  divertimento são aceitáveis e como devem pensar a respeito dos assuntos sociais.
                  Embora ele afirme ter entregue a Deus o controle da sua vida, quase todo mundo o
                  considera muito controlador.
                  Infelizmente, Ryan não deseja relacionamentos e sim discípulos. Ele precisa que os
                  outros confirmem as suas convicções religiosas aceitando-as incondicionalmente.
                  Ele não está usando a     sua religião com o objetivo de estabelecer uma conexão e
                  sim de impor seus pontos de vista. Esta nunca foi a intenção de           Jesus. Embora
                  Ryan diga às pessoas que deseja que elas sigam Jesus, na verdade é a ele próprio
                  que ele quer que sigam.
                  Internamente, ele vive dúvidas e angústias que tenta encobrir para si mesmo com
                  seu fanatismo religioso. Um de seus amigos sugeriu certa vez que ele se
                  consultasse com um terapeuta devido à dificuldade que estava tendo no
                  relacionamento com a namorada. Mas Ryan desconfia da             psicologia. Ele acredita
                  que  todos os problemas são resultado da falta de fé e       duvida que a terapia possa
                  ajudá-lo. A verdade é que Ryan não quer conversar com um terapeuta porque não
                  deseja revelar suas dúvidas, inseguranças e sentimentos de confusão interior. Ele
                  gosta de se sentir forte e no controle da situação.
                  O que Ryan não percebe é que a sua religião é uma forma de idolatria, porque está
                  sendo usada para encobrir sentimentos dolorosos em vez de ligá-lo a Deus e aos
                  outros. Em vez de entender seus sentimentos, ele os dissimula com uma linguagem
                  e com rituais religiosos. Ryan usa isso para se medicar contra a dor e o sofrimento,
                  que é o oposto do que Jesus fazia. Ryan tornou-se viciado em controle, e a religião
                  passou a ser a sua droga predileta para garantir a sensação de poder.
                  Provavelmente será necessário que aconteça uma crise na vida de Ryan para fazer
                  com que ele reexamine a sua religião e possa usá-la para favorecer o seu
                  relacionamento com Deus.
                  Para Jesus, a religião e a idolatria eram absolutamente diferentes. Os fariseus e os
                  escribas eram pessoas sinceramente religiosas que não se consideravam idolatras,
                  porque adoravam a Deus. Mas Jesus advertiu que não devemos usar a religião para
                  parecer íntegros, escondendo dentro de nós os nossos verdadeiros sentimentos.
                  Para ele, a integridade baseada nos relacionamentos era muito mais importante do
                  que a integridade fundamentada em dogmas. Aquilo que Jesus descrevia como
                  idolatria eu vejo hoje no meu consultório como vício.
                  Para Jesus, o propósito da religião era favorecer o relacionamento com Deus e com
                  os outros e não substituí-lo. Às vezes as pessoas usam a religião para se sentirem
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