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P precisavam ser examinados. Ela estava convencida de que concentrar-se nos
P
sentimentos só iria piorar as coisas.
A terapia de Julia começou a funcionar melhor quando ela finalmente foi capaz de
abrir-se aos seus sentimentos mais profundos e acreditar que este procedimento a
ajudaria a crescer. Embora não pudesse percebê-lo, ela estava antes tentando usar
a terapia como um vício. No entanto, a terapia usada para evitar os sentimentos
dolorosos não ajuda as pessoas a mudar. Além disso, como Julia descobriu,
tampouco as ajuda a confiar mais nos relacionamentos, inclusive no relacionamento
com Deus.
Julia começou a sentir-se diferente a respeito da sua vida quando parou de tentar
fazer com que eu lhe dissesse o que fazer e começou a procurar descobrir como se
sentia com relação ao que já tinha feito. Ela percebeu que os seus sentimentos de
culpa faziam com que ela se criticasse demais e começou a compreender a
diferença entre autocondenação e responsabilidade. Passou a usar a terapia para
descobrir como usar os sentimentos de uma maneira construtiva nos seus rela-
cionamentos com os outros. Quando a terapia tornou-se um recurso capaz de ajudá-
la a ser mais consciente, o relacionamento dela com a mãe, com o marido e com
Deus melhorou muito.
Jesus acreditava que precisamos confiar em Deus. Para ele, Deus era a fonte
suprema de força e poder para viver a vida. Algumas pessoas religiosas criticam a
terapia acreditando que ela nos afasta de Deus. Em geral, quem acha isso tem
pouca experiência com a terapia ou tentou usá-la como vício. Descobri que, pelo
contrário, as pessoas que se tornam mais maduras e conscientes através da terapia
conseguem aprofundar a sua confiança em Deus e nos outros com muito mais
liberdade.
Para Jesus, não havia conflito entre confiar em Deus e depender dos outros. Ele
dependia dos amigos mais chegados e os estimulava a depender dele de uma
maneira que fortalecia a confiança deles em Deus. A nossa capacidade de contar
com os outros compartilhando os nossos sentimentos mais íntimos aprofunda a
nossa capacidade de ter fé.
PRINCÍPIO ESPIRITUAL: A terapia é um processo de dependência saudável.
TER NECESSIDADES NÃO FAZ DE NÓS PESSOAS CARENTES
"Confiai também em mim."
João 14:1
"Eu gostaria de trabalhar a minha auto-estima", anunciou Grace na nossa primeira
sessão. "Sei que pode ser difícil, mas a maioria das pessoas não me compreende.
Espero que você possa me ajudar.”
Grace fizera terapia antes e acreditava que tinha progredido muito, mas ainda se
sentia mal a respeito de si mesma e queria tentar melhorar este sentimento. Era
muito insegura na presença de outras pessoas e não tinha muitos amigos.