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P Aqueles que se recusam a ser dependentes estão apenas fingindo que têm tudo de
P
que precisam.
PRINCÍPIO ESPIRITUAL: Ter necessidades não nos torna carentes.
COMO ENCONTRAR A SERENIDADE
"Comigo está o Pai que me enviou."
João 8:16
Rudy era viciado na sua raiva. A carga de endorfina que acompanha uma explosão
de raiva proporcionava-lhe uma sensação quase eufórica de poder e confiança para
lidar com seus problemas. Sempre que Rudy se sentia inseguro ou ameaçado, ele
tinha à mão a droga que escolhera. Desta forma, nunca tomava contato com sua
fraqueza ou insegurança, porque em qualquer circunstância a raiva o fazia sentir-se
instantaneamente forte e poderoso.
Rudy cresceu com um pai distante e exigente. Provavelmente para compensar a
ausência emocional do pai, sua mãe o protegia excessivamente. Rudy sentia-se
inseguro pelos dois lados: ele não se considerava à altura das expectativas do pai, e
o excesso de proteção da mãe fazia com que ele não se achasse capaz de realizar
as coisas por si mesmo. Ele tinha medo de experimentar coisas novas, embora
fosse muito inteligente e capaz de descobrir como fazê-las rapidamente. Rudy
detestava ter medo, mas sentia-se atemorizado a maior parte do tempo.
O chefe de Rudy insistiu que ele fosse fazer terapia porque a sua raiva estava
atrapalhando o seu desempenho no trabalho. Não gostava de conversar comigo
sobre o seu passado e era difícil identificar exatamente o que estava sentindo a
maior parte do tempo. Aos poucos fui percebendo que ele só manifestava duas
emoções: raiva e apatia.
Rudy vivia a maior parte do tempo quieto e insatisfeito com a vida. Era basicamente
infeliz porque sentia como se estivesse vivendo abaixo do seu potencial. As únicas
vezes em que Rudy se sentia realmente vivo era quando estava zangado. Sua raiva
lhe dava a capacidade de concentrar-se e sentir paixão. Por isso a raiva se tornara
um vício com que ele procurava encobrir sentimentos de insegurança que o
tornavam vulnerável e fragilizado. Esta sensação o deixava furioso de tal forma que,
quando começava a dar vazão à sua raiva, era quase impossível acalmá-lo.
Passado o acesso, Rudy sentia-se pior por ter perdido o controle, o que o tornava
ainda mais suscetível de ficar magoado e de recomeçar todo o ciclo da raiva.
Com o tempo, Rudy e eu viemos a entender que a sua insegurança era proveniente
do fato de ele se sentir sozinho no mundo. Desde a infância, ele achara que não
contava com o interesse do pai e a confiança da mãe. Nunca houve ninguém para
quem ele pudesse se voltar em busca de uma ajuda genuína. Sem poder contar com
ninguém, Rudy tinha a impressão de que o peso do mundo estava sobre os seus
ombros, o que parece uma tarefa grande demais para qualquer pessoa. Quem não
se sentiria inseguro nesta situação?
Pouco a pouco Rudy começou a deixar que eu compartilhasse parte do seu fardo
emocional. À medida que passou a confiar em mim, sentiu-se menos solitário e