Page 26 - O vilarejo das flores
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Firenze, o segundo irmão.
        —Qual é o mal de eu estar de bom humor? - perguntou ele sem

        entender o comentário- Estamos ganhando dinheiro, estamos com
        comida em casa.
        —A última vez que te vimos assim, foi quando a mamãe estava viva.
        – disse Fidelis, o quarto irmão.

        —Vocês não sabem o que estão falando. - disse ele levantando
        visivelmente chateado - Vou tirar uma soneca. Lavem a louça do
        almoço.
        —Você não deveria ter dito isso Fidelius. - disse Fidias, o caçula - Ele

        sempre fica triste quando tocamos neste assunto.
        Francis não gostava de falar sobre sua mãe, mas estava tão eufórico
        para que chegasse logo o encontro com Aimeé que bloqueou a
        tristeza. Acabou pegando no sono.

               Acordou pelo meio da tarde e foi fazer os biscoitos do dia
        seguinte. Todos os irmãos ajudavam-se. O pai não trabalhava e ainda
        gastava o dinheiro com bebida. Quando acabaram já era tarde e
        todos foram se recolher.

               Francis deitou com um sentimento estranho na boca do
        estômago. Queria ver logo Aimeé. Adormeceu e acabou sonhando
        com ela. No sonho, Aimeé estava sentada olhando os cavalos e de
        repente gritou: “Acordem vagabundos!” Francis despertou e ouviu a

        voz do pai embriagado.
        -Acordem vagabundos! – gritava ele - Vão trabalhar ou não tem
        comida.
               Todos pularam da cama sonolentos. Engoliram um café frio

        com pão duro e foram para a feira. Durante toda manhã, percebia-
        se a ansiedade de Francis. Mas de nada adiantava as perguntas dos
        irmãos, ele apenas respondia que era fome. No final da feira, Francis
        saiu na frente para preparar o almoço, o que os irmãos estranharam,

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