Page 29 - O vilarejo das flores
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—Nem todo mundo é assim. Existem pessoas assim, mas a maioria
        está tentando ajudar e, ás vezes não sabe como.

        —Isso de querer ajudar e nos tratar com dignidade é interesse de
        gente rica.
        —E você tem mania de englobar todos em seus julgamentos...
        —Meus julgamentos? Eu sou julgado antes de perguntar o que fiz

        Aimeé. Luto a cada dia para melhorar, mas somos escorraçados e
        humilhados por tentar sobreviver. – disse levantando-se injuriado.
        —Não sei por que a Grande Mãe dá muito a alguns e pouco a outros,
        mas creio que existe um equilíbrio em todo universo.

        —Esse equilíbrio está errado. – rebateu ele.
        —Pense: Qual seria o aprendizado se você fosse rico?
        —Se eu fosse rico, todos os meus problemas seriam resolvidos.
        —O que você iria aprender? - questionou ela.

        —Não precisaria aprender nada. Já seria rico. – Concluiu.
        —Não funciona assim. Você vem a terra porque a grande Mãe
        permite, e precisa adquirir méritos aqui. A terra é um local onde
        aprendemos a paciência, a tolerância, a compreensão, a compaixão e

        principalmente o amor.
        —Você precisa conversar com essa Grande Mãe e dizer a ela que está
        errada. Ninguém aqui tem essas qualidades.  Nem os ricos. – disse
        ele.

        —Todas as pessoas têm essas qualidades, mas não sabem disso. Por
        isso, Ela manda situações para resolvermos e acreditarmos em nós
        mesmos. Todos têm desafios na vida, até mesmo àquelas pessoas
        com melhor situação. Nem sempre o que se vê é o que parece.

        —Essa sua Grande Mãe está muito errada. Onde que ela mora? Vou
        dizer isso na cara dela. – desafiou ele.
        —Você pode falar com Ela agora, aqui. – falou ela olhando para ele
        com um sorriso.

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