Page 33 - O vilarejo das flores
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—Deve ter sido bom mesmo, sua expressão está tão calma hoje. –
        comentou Aimeé olhando para ele.

        —Esta noite sonhei com minha mãe. Nunca tinha sonhado. Ela estava
        bem no sonho, sorria para mim. – contou Francis emocionado.
        —Como ela morreu?
        —No parto de meu irmão. Ele nem chegou a conhecê-la. Ela disse

        para mim um dia antes, para cuidar de tudo. Eu não consigo cuidar
        nem de mim direito. Mas não quero falar sobre isso. O céu está tão
        claro. – disse ele mudando de assunto.
        —Os dias de primavera estão lindos.

        —Dá vontade de ficar aqui o dia todo. - comentou ele deitando.
        —Porque não fica?- perguntou Aimeé.
        —Não posso, preciso trabalhar.
        —Você está aqui agora. – disse Aimeé.

        —Sim...
        —Já pensou em tirar um dia de folga?
        —Dia de folga? - Francis desandou a rir – Nunca tinha ouvido isso.
        —Porque não? É importante trabalhar, mas também precisa

        descansar pensar no rumo que sua vida está dando. Conectar-se a
        Grande Mãe.
        —Lá vem você com essa Grande Mãe.
        —Você pode chamá-la como quiser. Já pensou em se conectar a Ela?

        —Se ELE quisesse que eu me conectasse, me daria condições para
        tal.
        —Você precisa acreditar, mesmo que tudo a seu redor não ajude.
        – explicou ela - Porque é aí que está a sua provação. Lutando, você

        pode chegar aonde quer, mas só depende de você.
        —Eu nem sei como me conectar. Nem sei o que significa isso.
        —Aqui na terra, nós nos desligamos Dela, como filhos que as mães
        deixam ir embora para crescerem. Por isso é muito importante nos

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