Page 35 - O vilarejo das flores
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seus maus momentos. Somos frutos do meio em que vivemos, mas
        também somos frutos do que pensamos.

        —Mas como vou pensar em coisas boas se tudo ao meu redor me faz
        ficar para baixo?
        —Por isso eu digo que é importante o religar, o agradecer.
        —Agradecer? Deve ser fácil para você que tem tudo. Vou agradecer

        pelo quê? - protestou.
        —Pela vida que você tem e pela vida de seus irmãos. Só para começar.
        Sua mãe deu uma prova de amor a vocês: A vida dela pela de vocês.
        Francis ao ouvir isso abaixou a cabeça com os olhos marejados e

        disse:
        —Minha mãe era tudo para mim. Ela levou meus sonhos e minha
        alegria com ela. Por favor, não fale dela.
        —Francis, sua mãe só quer sua felicidade. Precisa quebrar essa

        muralha que tem em seu peito. Sei que te agrediram antes e que
        ainda te agridem, mas não precisa se defender assim. Perdoe seu pai
        e todos que te fizeram mal. Assim, toda essa mágoa que você sente
        irá embora. Tudo tem um motivo na vida, até nossos encontros.

        Francis olhou para ela sorrindo e perguntou:
         —E qual é esse motivo?
        —Não sei. Mas se nos encontramos, é porque temos muito que
        aprender um com o outro.

        —Entendo.
        —Já está anoitecendo. – lembrou Aimeé - Já vou indo. Você virá
        amanhã?
        —Venho. É a primeira vez que uma garota me faz chorar, mas tudo

        bem.
        —Lembre-se de conversar com Ele na hora de dormir.
        —Religar, agradecer...- enumerou ele balançando a cabeça- Vou me
        lembrar.

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