Page 39 - O vilarejo das flores
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—O festival está chegando.
        —É. Está ficando bonito- murmurou Aimeé tentando rir.

        —E os dias de primavera estão tão bonitos que dá gosto. Daqui a
        pouco é o pôr do sol. Hoje você não vai ao vale?
        —Acho que não.
        —Por quê? - perguntou Brígida abrindo a porta de casa.

        —Estou com sono. – respondeu Aimeé sentando.
        —Olhe querida... –disse a mãe voltando da cozinha com um volume
        —Leve esses bolinhos para os cavalos e você vai se sentir melhor.
        —Mãe?

        —Ora. Levante o pano e prove um.
        —Mãe, eu... - continuou Aimeé, mas ao levantar o pano ela abriu um
        sorriso. Em cima dos bolinhos havia uma tulipa. Seu coração bateu
        forte e correu para abraçar a mãe.

        —Obrigada mãe. - beijou a mãe e saiu correndo na direção do vale.
        —Não demore que vai anoitecer logo. – disse a mãe acenando e
        balançando a cabeça- Essa menina!
               Aimeé  correu  ansiosa  para  o  vale.  Chegou  transpirando

        muito e ofegante. Olhou de um lado para o outro, mas não havia
        sinal de Francis. “Já foi.” Lamentou. Sentou na clareira, com o suor
        correndo por seu corpo. Pensou em ir atrás dele e explicar, mas tirou
        essa ideia da cabeça.

               Olhou para os bolinhos e comeu um. Olhou a família de
        cavalos que bebia água na cachoeira e pensou: “Por que não? Pelo
        menos não será em vão a minha vinda aqui.” Foi andando para a
        cachoeira olhando para ver se tinha alguém à vista. Tirou os sapatos

        e começou a tirar o vestido, quando ouviu uma voz conhecida.
        —Aimeé! - exclamou Francis que estava na cachoeira balançando os
        braços para ela parar de se despir.
        —O que você faz aqui? - perguntou ela surpresa ajeitando o vestido.

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