Page 31 - O vilarejo das flores
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despediu-se correndo e descendo a colina.
—Até amanhã! - gritou ele.
Francis voltou para casa com uma sensação muito boa no
peito. Era como se todos os seus problemas tivessem sido resolvidos.
A sensação logo acabou, quando se deparou com o pai na porta.
—Onde você estava? - rosnou o pai com uma garrafa de bebida na
mão- Você sabe que tem que trabalhar amanhã.
—Eu sei. Pedi a todos para aprontarem tudo. – respondeu Francis
começando a ficar com raiva.
—É um irresponsável! Fica vagabundeando por aí, enquanto nós
fazemos seu trabalho. – provocou o pai.
Francis costumava responder e até brigar fisicamente com
o pai, mas dessa vez, preferiu entrar e deixá-lo falando sozinho. O
casebre era pequeno e não tinha camas, apenas uns colchões velhos
que eles tinham conseguido. Dormiam juntos um do lado do outro.
Francis deitou-se, colocou as mãos atrás da cabeça e ficou pensando
na tarde maravilhosa que teve. Adormeceu com um sorriso.
Aimeé acordou na hora habitual e foi ajudar a mãe. Embora
a família tivesse uma situação boa, a mãe nunca quis empregados.
Fazia questão de fazer tudo em casa. A casa não ostentava luxo, era
simples com toques de requinte. Aimeé tirou leite das cabras, pegou
os ovos do galinheiro, deu comida aos porcos, as ovelhas e aos patos.
Tomou o desjejum e saiu para ajudar na ornamentação.
Bibiana montava um arco junto com outras moças. Sancler
estava ensaiando e Aimeé esperou a próxima música para entrar.
Durante os intervalos, Sancler perguntou à Aimeé sobre o plano
dela de salvar os cavalos do vale. Ela disse que não tinha dado
certo e os meninos tinham pego um. Mas não comentou nada de
ter encontrado com Francis. Ficou com medo do que ele pudesse
pensar. Bibiana veio se juntar a eles para a última música.
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