Page 28 - O vilarejo das flores
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—Eu me escondi entre os lírios quando percebi que chegava. Quando
        você parou, eu ia sair, mas você ficou tão hilário correndo de um

        lado para o outro que não pude conter o riso.
        —Você é muito engraçadinha. - brincou ele.
        —Bem, você disse que queria conversar comigo. Aqui estou. – disse
        ela ajeitando o vestido para sentar.

        —Como vou começar uma conversa se nem sei o teu nome? – disse
        ele sentando também.
        —Aimeé. O seu é Francis, não é?
        —Como você sabe meu nome?

        —Um  daqueles  meninos chamou  você  alto  quando  pegaram  o
        cavalo. - respondeu ela ainda um pouco triste pelo animal. - O que
        aconteceu com ele?
        —Vendemos para um senhor de outro vilarejo para comprar comida.

        Com o inverno fica difícil ter dinheiro, aquele animal salvou a mim e
        meus irmãos da fome.
        —Entendo. – respondeu comovida.
        —Eu não sabia que os cavalos significavam tanto para você?

        —Não só os cavalos, mas todos os animais. Observe-os. Depois que
        perderam o líder, ficaram sem rumo por um tempo, mas agora se
        estabilizaram novamente. Eles se adaptam com muita facilidade.
        Passam por vários problemas, mas daqui a pouco, estão bem.

        —Você gosta muito de animais.
        —Os humanos poderiam aprender muito com os animais. Eles
        brigam, mas não guardam raiva.
        —As pessoas são rancorosas e falsas, só te tratam bem se tiver

        dinheiro. Se tiver dinheiro você ganha a atenção de todos, se for ao
        contrário todos  te  humilham.  Você  nasce  sendo menosprezado  e
        nem sabe o porquê. Os ricos acham que podem pisar nas pessoas e
        comprá-las. —desabafou ele ressentido.

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