Page 64 - O vilarejo das flores
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“O senhor tem até o final do mês para entregar o estabelecimento. ”
Disse um dos homens. Depois viraram as costas e retiraram-se sem
dizer mais nada.
Manfred começou a suar frio. “Como vou dizer a Ketelijn e
a Sancler? Ela vai me abandonar. Não posso deixar isso acontecer!”
Pensava.
Desesperado, Manfred começou a andar pela padaria,
começou a sentir uma dor no peito, sua vista escureceu e caiu.
Sancler ficou preocupado com o pai que não chegava. Decidiu
ir atrás dele na padaria. A porta estava entreaberta e ele entrou.
—Pai!- gritou Sancler ao ver seu pai caído- Ajudem! Ajudem por
favor! Algumas pessoas ouviram os gritos e correram até a padaria.
Encontrou Sancler aos prantos, abraçado ao pai. Veio um amigo ver
o pulso, mas a vida havia deixado o corpo de Manfred. Ketelijn teve
outro ataque de histerismo e ficou de cama, pois se achava muito
jovem para ser viúva.
O médico chegou mais tarde e constatou infarto fulminante.
Sancler teve que fazer tudo sozinho, pois não tinha mais ninguém.
Para fazer o funeral, precisava de uma quantia, a qual ele não tinha
nem a metade. Viu que seu pai desesperou-se com razão.
Zaquiel e Brígida ao saber do acontecido foram imediatamente
para prestar suas condolências e ofereceram ajuda a Sancler. Este
agradeceu e prometeu pagar tudo. Aimeé apareceu logo depois e deu
um longo abraço no amigo, que chorou de soluçar.
—Pensei que você não viesse. – disse ele chorando.
—Você está no meu coração Sancler. Sempre virei para te ajudar. –
afirmou ela carinhosamente.
O funeral e o enterro foram rápidos. Durante a semana, as
pessoas do vilarejo descobriram que Manfred havia falido antes
de morrer e que deixara a família na miséria. Sancler percebeu o
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