Page 61 - O vilarejo das flores
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os pais dela me mandarem prender, mas eu vou atrás dela.” Pensou
Francis decidido. Levantou-se e virou para o alto da colina. Lá viu
Aimeé olhando para ele ofegante. Francis mal podia acreditar no
que vira. Foi na direção dela olhando-a fixamente. Ao chegar perto
Aimeé abaixou a cabeça e disse:
—Desculpe por ter vindo. Eu não sabia como te achar...
Francis a agarrou e a beijou.
—Não tem porque se desculpar. Eu que peço perdão. Estou feliz por
ter vindo. – disse ele abraçando-a com força. – Sou seu, meu coração
a partir de sempre pertence a você.
Aimeé chorou mais ainda e continuou:
—O meu coração é seu também. - Ficaram abraçados bastante
tempo, sem se dar conta das pessoas ao redor.
Nos dias seguintes, Francis e Aimeé, encontravam-se às
escondidas. O festival acabou e Aimeé continuou indo ao vale para
encontrar-se com ele. A cada dia, ambos ficavam mais agarrados e
atraídos. Não entendiam bem porque sentiam esse sentimento tão
forte, mas não conseguiam ficar separados. Aimeé o achava rude
e grosseiro, às vezes, mas sua sensualidade e seu magnetismo a
atraíam. Ele a achava muito mimada e geniosa, mas sua meiguice e
gentileza o fascinavam.
A primavera deu lugar para o verão irradiando calor para
os vilarejos. Na casa de Aimeé, tudo estava complicado. Brígida,
preocupada com o comportamento da filha, deu-lhe mais tarefas.
Pelo aumento do trabalho, Aimeé passou a se encontrar menos com
Francis. Quando não podia vê-lo, mandava uma carta por Bibiana.
—Por favor, Bibi? – suplicava Aimeé.
—Só pode estar ficando louca, Aimeé? - disse Bibiana indignada.
—É um caso de vida ou morte. Ele me espera depois da feira. Por
favor? – Pedia desesperadamente.
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