Page 58 - O vilarejo das flores
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—Não, por favor, se minha mãe o vir, tudo estará acabado.
        —Por quê? Porque sou pobre? – perguntou ele indignado.

        —Por favor, preciso ir embora! Amanhã conversaremos. - pediu
        Aimeé tentando desvencilhar dele.
               A voz de Brígida estava ficando mais próxima.
        —Se sua mãe nunca vai aceitar, porque continua comigo? Ou

        só sou uma distração para você? - dizendo isso Francis virou as
        costas deixando Aimeé sozinha. Esta mal pôde reagir, mas teve que
        recuperar o ânimo para a mãe não notar.
        —Aimeé, onde estava? Procuro-te faz tempo. - brigou Brigida.

        —Estava passeando mãe. – respondeu Aimeé.
               Bibiana a encarava sem dizer uma palavra.
        —Passeando sozinha? Aimeé!
        —Estava pensando na vida.

        —Filha o que está acontecendo? - insistiu Brigida preocupada
        —Eu só precisava ficar um pouco sozinha, conversar com a Grande
        Mãe.
        —É só isso mesmo?

        —É mãe. Não se preocupe.
               Brigida não estranhou o comportamento de Aimeé, pois a
        filha já havia feito isso antes. Convencida que àquele comportamento
        era normal, tomaram o caminho de casa. Bibiana não disse uma

        palavra.  Acompanhou as duas até a metade do caminho. Aimeé e
        Brígida despediram-se dela, encontraram Zaquiel e entraram em
        casa já tarde da noite.
               Aimeé ainda preocupada com a reação de Francis precisou

        disfarçar muito na frente dos pais para que não notassem. Na hora
        de dormir, Brígida foi até o quarto da filha dar-lhe boa noite e
        aproveitou para conversarem um pouco.
        —Querida, hoje você ficou um pouco sumida do festival, não te vi

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