Page 141 - Fortaleza Digital
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motivo para invadir seu terminal. Nem mesmo sabia que Susan estava
executando um tracer. E mesmo se soubesse, pensou, por que iria se importar
com o fato de ela estar procurando um sujeito chamado North Dakota?
As perguntas sem resposta se multiplicavam em sua mente. Melhor começar
pelo começo, pensou. Iria lidar com Hale em seguida. Concentrando-se no
problema que tinha em mãos, Susan enviou novamente seu tracer. O terminal
emitiu um bipe e uma mensagem foi exibida no monitor:
TRACER ENVIADO
Susan sabia que o programa levaria algumas horas até retomar. Ela amaldiçoou
Hale, tentando imaginar como ele teria obtido o código pessoal dela e que
interesse teria no tracer. Susan levantou-se e foi rapidamente até o terminal de
Hale. A tela estava preta, mas ela podia ver que o terminal não havia sido
travado - o monitor exibia um leve brilho nas bordas. Os criptógrafos raramente
travavam seus terminais, exceto quando deixavam o Nodo 3 à noite. Em vez
disso, simplesmente reduziam o brilho de seus monitores - uma convenção
conhecida por todos e parte do código de honra de que ninguém deveria mexer
no terminal.
Susan sentou-se em frente ao terminal de Hale. Dane-se o código de honra,
pensou em voz alta. Que diabos você está
querendo? Olhando rapidamente para o salão deserto da Criptografia, Susan
retomou ao normal o brilho do monitor de Hale. A tela, contudo, estava
inteiramente vazia. Susan olhou para ela, pensativa. Sem saber muito bem como
proceder, chamou um programa de pesquisa de dados e digitou:
PESQUISAR: "TRACER"
As chances de que isso funcionasse eram pequenas, mas, se houvesse qualquer
referência a seu tracer no computador de Hale, ela iria 154
encontrá-la. Poderia ajudar a explicar por que ele havia decidido abortar o
programa. Segundos depois, o resultado foi exibido: