Page 146 - Fortaleza Digital
P. 146
um ligeiro floreio e lhe entregou o drinque.
- A su gusto, señor. Mirtilo com um pouco de vodca. Becker agradeceu e pegou o
drinque. Tomou um gole e engasgou-se. Isso é um pouco?
159
CAPÍTULO 38
Hale parou na metade do caminho para a despensa do Nodo 3 e ficou olhando
para Susan.
- Algo de errado, Sue? Você me parece estranha. Susan lutou contra o medo que
tomava conta dela. A três metros de distância, o monitor de Hale cintilava.
- Eu estou... estou bem - conseguiu dizer, trêmula. Hale continuava olhando para
ela sem entender.
- Você quer um copo de água?
Susan não conseguiu responder e xingou a si mesma. Droga! Como pude me
esquecer de reduzir o brilho daquele monitor? Se Hale percebesse que ela havia
bisbilhotado seu terminal poderia suspeitar também de que ela conhecia sua
verdadeira identidade: North Dakota. Tinha medo de que ele chegasse a
extremos para manter aquela informação em segredo.
Susan pensou se deveria correr para a porta. Mas não pôde sequer tentar.
Subitamente alguém começou a bater no vidro. Ela e Hale se assustaram. Era
Chartrukian. Estava socando o vidro novamente com as mãos suadas. Pela sua
expressão, parecia ter visto o fim do mundo. Hale olhou com cara feia para o
SegSis enlouquecido do outro lado do vidro, depois voltou-se para Susan.
- Já volto. Tome algo, você parece pálida. - Ele se virou e saiu. Susan se
recompôs e foi rapidamente até o terminal de Hale. Inclinou-se e ajustou os
controles de brilho. O monitor voltou a ficar escuro. Sua cabeça latejava. Tentou
ver o que estava acontecendo lá fora, no salão da Criptografia. Pelo visto,
Chartrukian não tinha ido para casa. O
jovem SegSis parecia em pânico, contando o que descobrira para Greg Hale.
Susan sabia que não importava, pois Greg já sabia de tudo. Tenho que chegar até
Strathmore, pensou. E rápido.
160