Page 150 - Fortaleza Digital
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- Comandante, eu preciso...
Novamente, Strathmore fez um sinal ríspido para que se calasse. Susan olhava
para Hale, nervosa. Ele parecia estar observando tudo com um ar superior e
distante. Faz sentido, pensou ela. Hale não estaria preocupado com um vírus. Ele
sabe o que está acontecendo de fato dentro do TRANSLTR.
Chartrukian era persistente.
- O arquivo infectado existe, senhor. Mas o Gauntlet não o pegou.
- Se o Gauntlet não o pegou, como você pode saber que ele existe?
- disse Strathmore, enfurecido.
Chartrukian respondeu, agora mais confiante:
- Cadeias de caracteres mutantes, senhor. Fiz uma análise completa e encontrei
cadeias de caracteres mutantes.
Susan podia entender agora por que o técnico estava tão preocupado. Cadeias de
caracteres mutantes, pensou. Seqüências de códigos de programação capazes de
corromper dados de formas extremamente complexas. Eram muito comuns em
vírus de computador, em particular nos vírus que alteravam grandes blocos de
dados. Susan também sabia, pelo que Tankado havia dito no e-mail, que as
cadeias de caracteres mutantes encontradas por Chartrukian eram inofensivas e
faziam parte do código do Fortaleza Digital.
O SegSis foi em frente.
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- Quando encontrei as cadeias pela primeira vez, senhor, pensei que os filtros do
Gauntlet haviam falhado. Mas então executei alguns testes e descobri que... - ele
fez uma pausa, sentindo-se bastante constrangido. - Eu descobri que alguém
havia ordenado manualmente que o Gauntlet fosse contornado.
Sua última declaração gerou um profundo silêncio. O rosto de Strathmore ficou
mais vermelho ainda. Não havia dúvida sobre quem Chartrukian estava
acusando. Em toda a Criptografia, apenas o terminal de Strathmore possuía o
nível de acesso necessário para ordenar que os filtros do Gauntlet
fossemcontornados.
Então com voz gélida e cortante, Strathmore falou: